Há três dias, venho tentando voltar a mexer nas minhas coisas profissionais. Artigos, leituras, editais, atualizações. Já descobri dois concursos nos quais pretendo me inscrever em setembro, mas nada definido. A Clara tem dormindo bastante durante o dia, já que as cólicas deram uma melhorada (graças à mudança alimentar da mamãe, que agora tá quase fazendo fotossíntese), e isso me dá tempo pra ler o que preciso e organizar algumas coisas além da dimensão “filhote e sua subsistência”.
Bom, aí fico um tempão lendo edital, me informando pela internet e indo atrás das coisas. A cada intervalo de tempo – bem curto, por sinal – me dá um aperto no coração, porque eu tô aqui no computador e ela tá ali deitadinha dormindo. Ela está bem pertinho de mim, mas de onde estou sentada não a vejo diretamente, tenho que entortar o pescoço e mover a cadeira.
Aí comecei a me sentir mal com isso, aparentemente com a justificativa de “e se ela abre o olhinho e não me vê?” ou “e se ela acorda e fica ali sozinha, tão novinha?”.
Mas aí comecei a perceber que não é por esse motivo não que me dá aperto no peito… É o contrário.
Eu é que quero vê-la todo o tempo.
Eu é que quero virar e olhar pra ela.
Eu é que quero tê-la sempre no meu raio de visão.
Eu é que não sei mais ficar sem ela…

Que loucura essa vida, né?
32 anos de vida da marmanja.
Lutando grande parte dela pra ser totalmente independente e não precisar de ninguém, numa missão quase suicida de ser auto-suficiente…
E agora não consigo mais viver sem uma coisinha de 55 centímetros e 4 quilos, dos cabelos arrepiados, do narizinho arrebitado e com um furinho no queixo.

E está decretada a dependência da nação!

Vida louca vida…

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