De nada adianta reivindicarmos assistência e acesso a um nascimento digno, humanista, respeitoso e
não intervencionista se não tivemos profissionais preparados para tal. Profissionais embasados em práticas coerentes, não opressivas, voltadas para uma experiência transformadora do nascer, não sustentados por uma obstetrícia patriarcal e obsoleta.
Obviamente, também de nada adianta o conhecimento técnico se não houver comprometimento pessoal, mente aberta, comportamento pró-ativo em busca do acolhimento afetuoso e respeitoso de parturientes, seus bebês e suas famílias.
Não contemplar qualquer desses lados significa abrir as portas para a má prática e para a perpetuação da violência obstétrica e do intervencionismo que leva a ainda mais cesáreas, a ainda mais mulheres insatisfeitas e frustradas com suas experiências de parto e nascimento, a ainda maior aumento da morbimortalidade materna e neonatal.

Deveria ser uma obrigação das instituições de ensino e do governo fornecer oportunidades para que os profissionais da área obstétrica pudessem atualizar suas práticas com base no que de melhor vem acontecendo, no Brasil e no mundo. Mas como de nada adianta cobrar, cobrar, cobrar e vangloriar-se de produzir ácidas críticas sem, de fato, nada fazer pela mudança, um grupo de pessoas envolvidas com o respeito ao parto e nascimento no Brasil se organizou para trazer profissionais relevantes em todo o mundo e reuni-los em um dos maiores e melhores eventos já organizados sobre o assunto no Brasil: é o SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ASSISTÊNCIA AO PARTO, e a essas alturas você já deve saber que ele acontecerá aqui no Brasil, em maio deste ano.

Ele acontecerá de 1 a 4 de maio, em São Paulo.
Serão no mínimo 8 horas de atividades diárias, durante 4 dias, conduzidas pelos profissionais mais relevantes em suas áreas, todos envolvidos com uma prática não intervencionista, atual, cientificamente embasada e humanista da obstetrícia.

Serão 15 palestrantes conhecidos por sua excelência, vindos de diferentes países e estados brasileiros, tais como Elizabeth Davis (parteira norte-americana especializada em saúde da mulher, educadora e consultora há mais de 30 anos), Frank Louwen, (professor de obstetrícia e perinatologia da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, e considerado referência mundial na assistência ao parto pélvico), Joshua Johannson (graduado pela University of Michigan Medical School e referência na assistência ao parto natural humanizado no estado do Alabama), Karen Strange (parteira norte-americana e diretora clínica na Maternidade La Luz, um centro de parto de alto volume de atendimento e Escola de Parteiras na fronteira EUA/México, referência internacional em reanimação neonatal), Lesley Page (enfermeira formada pelo Hammersmith Hospital School of Nusing, em Londres, e doutora pela University of Technology, na Austrália, integrando prática, políticas públicas e atuação acadêmica no Reino Unido e Canadá), Melania Amorim (uma das maiores referências em parto humanizado no Brasil, professora da Universidade Federal de Campina Grande, professora de pós-graduação do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, coordenadora da Unidade de Gravidez de Alto-Risco do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, entre tantas outras atividades pioneiras no Brasil), Roxana Knobel (obstetra formada pela Unicamp, especialista em obstetrícia, com mestrado e doutorado em Tocoginecologia pela mesma universidade, professora de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina, uma referência em parto humanizado no Brasil), e mais oito profissionais de igual renome, os quais você pode conhecer um pouco melhor neste link.

Quanto custa para participar?
Até hoje, 28/02, meia noite, inscrições a R$ 500,00
De 01/03 a 30/04: inscrições a R$ 600,00

Quem está envolvido em atividades científicas, acadêmicas e de formação, sabe que esse é um valor baixo frente a eventos desta monta que acontecem no país. São cerca de R$ 150,00 por dia, para participar de um dia inteiro de atividades formativas, com os melhores profissionais do mundo em suas áreas, em local especialmente escolhido por sua fácil localização e conforto. E esse valor se torna ainda mais em conta quando lembramos de um detalhe fundamental: este evento não conta com patrocínios ou financiamentos de órgãos ou instituições públicas. Não há dinheiro sendo investido nele. Há, isso sim, um comprometimento de alto risco assumido pelo grupo organizador, especialmente por sua idealizadora e coordenadora geral. Ainda que nem todas as vagas sejam preenchidas (o que, pelo fluxo de inscrições, já sabemos que não acontecerá), todos esses profissionais serão trazidos, terão suas passagens aéreas pagas, estadia, alimentação e valores de trabalhos pagos, além do aluguel do local e do pagamento de todos os serviços fundamentais para sua boa realização, como tradução simultânea, equipamentos audiovisuais, entre outros. E é de fundamental importância ter isso em mente, a fim de lembrar que muito esforço está sendo feito há muitos meses para que seja um evento da mais alta relevância científica e profissional, bem organizado e com envolvimento voluntário do grupo organizador.

Fica aí, então, o convite à participação.
E que essa iniciativa, comprometida, altamente profissional e dedicada, sirva de inspiração e exemplo a outros grupos em todo país, para que se organizem a fim de prover aquilo que não tem sido oferecido por quem deveria.
E que todos os envolvidos com a assistência respeitosa e cientificamente embasada ao parto e nascimento possam aproveitar esta grande oportunidade.

Visite o site do evento, conheça o grupo organizador, conheça os palestrantes, veja a programação. E nos ajude a divulgar: I Simpósio Internacional de Assistência ao Parto: Ciência, Cuidado e Tecnologia.

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