Acessórios, decoração, brinquedos, roupinhas, slings, palestras e lançamento de documentário. Tudo isso aí no Segundo Bazar Coisas de Mãe – Especial de Natal, que será dia 12 de dezembro, domingo próximo, no SESC-Cacupé, aquele lugar lindo de frente pro mar e que tem uma brinquedoteca fantástica, além de parquinho, muito verde e muitas outras coisas para adultos e crianças. Além das coisas lindas produzidas por mães, ou por filhas junto com suas mães, muitos outros eventos bacanas acontecerão paralelamente, como palestra sobre parto humanizado, tipos de banhos e lançamento do documentário sobre partos humanizados (clicando no convite lá em cima, tem toda a programação).

Mas por que eu falo tanto nesse Bazar? Porque eu sou uma das organizadoras, ué.Sim, estou fazendo pós-doutorado. E estou organizando o Bazar também. E estou fazendo mais um monte de coisas, não sei nem como. Sou uma mulher all-in-one, como as impressoras-copiadoras-escaneadoras-quase-humanas da era moderna. Não vou mentir: estou exausta. Para 2011, resolução número 1: focar mais minhas atividades. Não sei como vou lutar contra essa minha tendência em pegar um monte de coisas pra fazer, mas vou aprender. Preciso de mais tempo livre pra mim e pra minha filha. Claro, estou conseguindo fazer tudo o que eu resolvo fazer, mas estou estressada, sobrecarregada, cansada física e mentalmente. Em 2011, terei uma ajudante, resolução número 2. É isso ou a loucura.

Mas continuar a organizar o Bazar é uma meta, porque ele é a concretização de algo que acho importantíssimo, e pela qual já estou batalhando também para minha vida: redirecionar a carreira para ter mais tempo para os filhos. Porque quero minha filha criada por mim. Quero estar perto quando o dentinho aparecer de vez, quando as primeiras sílabas surgirem. Quero ensiná-la a brincar e a curtir as coisas bonitas da vida, e não largá-la na frente de uma tv ou colocá-la numa dessas coisas automáticas que entretêm as crianças, dão paz para os pais e mantêm cada um – filhos e pais – em lugares distantes. Não tive filho pra cumprir tabela e dizer que tenho uma família. Na verdade, primeiro eu tive filho, depois veio a família, em função da nossa história, que já contei aqui. Não sou doida pra simplesmente largar tudo e pronto. Fazer isso colocaria a segurança da minha filha em risco. Então tenho que fazer com calma, tudo muito bem pensado, analisado, planejado. E é isso que estou fazendo.
Mas muitas mulheres já conseguiram isso e redirecionaram suas carreiras para estar com os filhos mais tempo. Essa é a ideia norteadora do Bazar. E elas são competentes, descoladas, talentosas, responsáveis, batalhadoras e mães muito, muito dedicadas. Tenho o feliz privilégio de conhecer as crianças de algumas delas e são crianças especiais mesmo. Fruto da educação diferenciada que estão recebendo e de mães presentes e dedicadas? Talvez. Não dá pra negar que estar presente aumenta a chance de um bom relacionamento com os filhos. Por outro lado, como disse pra mim uma pessoa tentando me ajudar a enfrentar as separações diárias em tempos de volta ao trabalho, “estar no mesmo espaço que a criança não significa estar próximo”. Também tem muita mãe que fica fisicamente perto dos filhos, mas distante emocionalmente. É, tem de tudo nesse mundo.

Mas parece estar mesmo havendo uma mudança na linha evolutiva feminina. As mulheres, até mais ou menos a década de 70, viviam em casa, no lar, profissionalmente anuladas, exclusivamente voltadas a cuidar das necessidades do marido e dos filhos, das dela se desse tempo. Aí veio a revolução sexual, as mulheres lutando por um lugar no mercado de trabalho, por direitos iguais, por respeito e valorização. Hoje, somos as preferidas para ocupar muitos cargos, principalmente porque aliamos competência à sensibilidade que é necessária em muitas funções. Ainda há desigualdade, é ilusão achar que não. Mulheres continuam a ganhar menos, em média, que os homens. Mas nós chegamos lá, ficamos e nos estabelecemos.
Agora, nossa geração está vivendo um novo movimento. São mulheres profissionalmente bem sucedidas, com cargos importantes, com especializações mil, altamente qualificadas. Aí têm filhos e sentem o baque que é ter que se separar deles. O que elas fazem? Voltam para a opção anterior? Não. Elas unem carreira e maternidade. Na verdade, unem carreira, manternidade e empreendedorismo.
Não, não é fácil. É necessário determinação, método, organização, calma (ufa, difícil isso), horários inusitados no início, como trabalhar nas madrugadas, entre outras coisas. Elas têm que ter confiança e firmeza a despeito dos muitos “Sério? Largou?!” e paciência pra explicar: “Não, bem, não larguei. Adequei. Trabalho tão bem quanto, ou melhor, só que em casa, junto deles…”.
Infelizmente, muitas empresas ou outros locais de trabalho ainda resistem à ideia de trabalhadores produzindo em casa, a despeito do fato de que as empresas mais bem sucedidas do mundo já viram que isso pode ser favorável e liberaram seus trabalhadores para que esses fizessem seu próprio horário, aproveitando, assim, seus maiores picos de criatividade e produtividade. Mas isso ainda é raro… Infelizmente, parece que, se a sujeita não estiver batendo ponto e cumprindo horário, ela não tá trabalhando. Mesmo que ela entregue 3 relatórios por dia, enquanto outros entregam 1.
Acontece, então, que essas mulheres preferem, assim, abrir seus próprios negócios. Isso tem acontecido com frequência cada vez maior. E elas são as MOMPRENEURS. Mães empreendedoras. Mulheres corajosas que aproveitaram toda sua qualificação pra ter uma vida melhor. Junto aos filhos. Não é vender coisa por catálogo não, é muito mais elaborado. Olha só:
Aparecem no mercado como escritoras, blogueiras, estilistas, crafters, fotógrafas, webdesigners, consultoras, stylists, assistentes virtuais, planners de eventos. Enfim, elas trabalham com o que gostam, criam os filhos mais de perto, lançam moda, produzem riqueza e começam a ser reconhecidas pelo mercado“.
Legal isso né?
Se você quiser ler um pouco mais sobre o “fenômeno das mompreneurs”, sugiro a leitura dessa matéria, que leva exatamente esse título. Se você quiser se aprofundar, sugiro esse site e mais esse (estão em inglês). Quer aprofundar mais? Vai indo, vai procurando, vai madrugada adentro. E pode acreditar: você não estará sozinha…
Enquanto eu não me torno efetivamente uma mompreneur, vou praticando e treinando, ajudando quem já conseguiu a se firmar e se destacar. Foi por isso que decidi me juntar à Sheilinha na organização do Bazar Coisas de Mãe.
E amanhã, às 6:30, nós estaremos no BOM DIA SC, falando um pouco mais sobre como surgiu a ideia do Bazar.
Não sei se passa on line, mas fiquei sabendo que logo após o fim do programa, ele é disponibilizado na íntegra pelo site. Que é esse aqui.
E domingo, estaremos lá no SESC-Cacupé, nosso parceiro. Parceirinho de peso, ãhn?
Até lá, estarei madrugadas adentro organizando os últimos detalhes.
Se você está em Floripa, pinta por lá! Tá cheio de
coisa bacana!
Torça por nós!

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