Pra quem não sabe, eu tenho a sorte de ter um namorado que é jornalista, chargista e ilustrador.
Hoje ele leu o post anterior (“A grávida que existe em mim saúda a grávida que existe em você“) e me deu de presente, totalmente de surpresa (mandado até pelo e-mail), uma ilustração sobre o que eu escrevi.
Quando vi, saiu até uma lagriminha…
E vim aqui colocar a ilustração, pra compartilhar com todo mundo. Taí em cima.
E aí me deu vontade de escrever sobre ele.
Teve uma época que ele ficava meio chateado porque eu o chamava de “o namorado” aqui. Mas agora ele já entendeu que é só jeito de falar… Mesmo porquê, se eu escrevo “Frank”, pode ter gente que não faz a associação tão rapidamente (ah tá, Frank é o namorado dela…), mais ou menos isso.
Mas o Frank é muito mais do que um namorado. Ele é parceiro, companheiro, carinhoso e tá todo ansioso pela chegada da Clara. Como eu já mencionei, ele está tão grávido quanto eu e assumiu o grande papel que lhe cabe nessa gravidez, sem essa de ser apenas um “coadjuvante”, como outros homens preferem ser durante a gravidez da esposa. Ele é tão principal, tão protagonista nessa quanto a Clara. Curte cada coisinha, vibra por cada conquista, chora no ultrassom, comemora quando saímos da médica, sai pulando, me diverte horrores, pergunta coisas que eu mesma esqueço de perguntar.
E eu ia escrever agora “E o mundo não tá tão acostumado com gente assim“. Mas parei e pensei na frase. E acho que, na verdade, quem não estava tão acostumada com gente assim era eu mesma.
Eu nunca tive um namorado como ele.
E, por não conhecer essa realidade, confesso que no início fiquei muito assustada.
Ele cozinha pra mim, cuida da gente (eu e a bebê), traz café na cama, faz surpresinhas, traz docinhos, florzinhas, às vezes dorme no sofá-cama pra barriguda aqui poder se esparramar melhor e sentir menos dor à noite. Me abraça o tempo todo, diz que me ama, é todo grudentinho e mais um monte de coisas.
Antes de escrever isso que acabei de escrever, pensei: acho que não vou escrever, parece muito pedante, muito “seachante”. Mas pensei melhor e vi que não tinha porque não escrever, ainda mais porque essa é a primeira experiência que eu tenho assim, desse jeito, na minha vida. Tive outros relacionamentos, com pessoas que não eram más, mas que talvez não soubessem muito da vida naquele momento. Ou não soubessem muito do amor. Café na cama? Jantinha? Surpresinhas amorosas? “Te amo” pra lá, “Te amo” pra cá? Nunca vivi isso. Então acho que tenho direito, sim, de falar… Direito adquirido. É muito legal viver com alguém que você vê diariamente dar o sangue e se virar em mil pra dar conta de tudo. E que ainda te diz: “Fica tranquila. Quando a Clara nascer, você volta a prestar os concursos. A gente vai junto com você, pra dar uma força, e eu cuido dela enquanto você faz as provas”.
Então.
Voltando à frase que começou esse texto, pra quem não sabe, eu tenho a sorte de ter um namorado que é jornalista, chargista e ilustrador.
Mas não é por isso que eu tenho sorte.
É porque o Frank, “o meu namorado”, é um cara como eu não sabia que existia por aí… Na verdade, nem sei se existe muito mesmo.
E ele tem me ensinado, todos os dias, um pouco mais sobre o que é esse negócio que todo mundo fala que procura: o amor. E eu, que era tão avulsa por aí, acabei ganhando, numa tacada só, uma família muuuuuito legal.
Essa é pra você, namorado!
E a ilustração lá de cima é que nem a Clara: de autoria nossa. Mamãe escreveu e papai desenhou!
Pra entendê-la melhor, é só ler o post anterior…

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