Não sei se foi ontem ou anteontem – ando um pouco atrapalhada com as datas… – que liguei pra minha irmã recém parida e conversamos sobre as mamadas dos bebês. Pois é… os assuntos das conversas mudaram… hoje falamos de mamadas, roupinhas, essas coisas todas. Ainda bem, porque o mundo muda e que bom que mudamos junto.
Bem, aí minha little sister desabafou sobre as dificuldades que tem encontrado no nobre ato de amamentar.
Como a minha pequena tem 1 mês a mais que o pequeno dela, posso dizer que já passei as piores fases ligadas à amamentação. Sim. Porque até o sublime e necessário e importantíssimo ato de amamentar exige dedicação e persistência.
Então esse é um post-help, ou seja, voltado a ajudar outras mamães de peito a manter a apeitança dos seus filhotes e a diminuir os inconvenientes.

A primeira coisa que eu incentivo, sem fazer propaganda nenhuma: COMPRE AS CONCHAS COLETORAS! Ou peça no chá de bebê. Ou peça pra alguma amiga. Ou peça pra Deus. Mas garanta que as terá quando o bebê chegar. Por N motivos: evita o atrito do peito com a roupa, o que pode machucá-lo mais, evita a possibilidade inconveniente de vazar leite na roupa, mantém o bico do seio íntegro e no formato ideal pra criança pegar, entre outras benesses… Tenha as conchas e use-as TODOS OS DIAS. Não só depois das mamadas, mas SEMPRE! É mais ou menos como Deus no céu e as conchas na Terra, nos peitos.

Se no primeiro ou segundo ou terceiro dia depois do nascimento você achar que não tem leite suficiente (isso no caso de quem passou pelo trabalho de parto; no caso de ter sido cesárea marcada antes do trabalho de parto começar, pode demorar uns dias a mais, até mais ou menos 7 dias), não se desespere: você não tem mesmo. Isso porque esse primeiro líquido é o colostro. Ele é mais amarelinho e não é o leite, e contém vários compostos essenciais à primeira proteção do filhote. O reflexo de sucção é que vai estimular a descida do leite propriamente dito. Portanto, não se apavore nem entre em crise porque, isso sim, pode prejudicar ou atrasar a descida.

Outra coisa: a primeira semana dói mesmo. Tenha fé e persistência. Embora pareça, eles não tem dentes, os pequenos filhotes… Vai passar. Pode ser que os bicos dos seios fiquem machucados também. Isso acontece quando o filhote pega errado o peito, e pega somente o bico, quando deve abocanhar todo o mamilo. Pra isso, existem pomadinhas de lanolina que ajudam na cicatrização e que não precisam ser removidas antes do bebê mamar (outras pomadas precisam, sim, ser retiradas – e pense que dor retirar uma pomada de um bico já machucado… ui). Caso já tenha machucado muito e você esteja se sentindo extremamente desconfortável pela dor gerada, existem bicos de silicone que podem dar uma forcinha. Mas é importante não fazer do seu uso um hábito, porque o filhote depois pode rejeitar o bico ao natural. Mas se temos esse recurso pra facilitar a vida das mamães que estão sentindo muita dor, por que não usar né? O objetivo SEMPRE é o de promover a continuação da amamentação.

Uma outra coisa importante, que eu mesma passei aperto. Pode ser que, em determinados momentos, o bebê não consiga sugar direitinho. Aí a mãe fica irritada, preocupada, o bebê chora e é aquele pegapacapá. Simples: pode ser que seu peito esteja ingurjitado demais, cheio demais, e aí é bom tirar um pouquinho de leite antes, pro mamilo esvaziar e ficar mais molinho. Aí o filhote vem que vem…

Por falar em tirar leite, vai aqui uma outra dica. BOMBINHAS DE RETIRADA DE LEITE NÃO PRECISAM SER USADAS DE IMEDIATO. Principalmente pra quem já está com os seios machucados ou doloridos. Melhor tirar com as mãos mesmo. Sempre tomando cuidado com a higiene, lavando bem as mãos antes e procurando não conversar nesse momento. Se você acha que tirar com a mão não é produtivo, porque não sai muito leite, engano seu: ontem o pessoal do Hospital Infantil veio aqui em casa buscar quase 1,5 litro que eu coletei assim ao longo de 1 semana. Deixe-as para mais pra frente, se você precisar voltar a trabalhar e tiver que tirar uma quantidade maior em pouco tempo. Até lá, você já estará fera no assunto.

Agora vou fazer propaganda mesmo. Se, por acaso, sua produção de leite não for suficiente e o pediatra recomendar a complementação, não se desespere achando que não vai poder amamentar mais e que vai perder a oportunidade de estabelecer e aumentar o vínculo com seu filho. Existe hoje uma coisinha bem legal que se chama MAMA TUTTI. É um frasquinho onde será colocada a complementação e que você vai deixar entre os seios no momento da mamada. Desse frasquinho, sai um caninho flexível fininho, que você leva até o bico do seio, colocando-o ao seu lado. Assim, o bebê vai pegar o peito e, ao sugar, além de ingerir o leite materno, ainda vai junto a complementação. A sucção vai ajudar a estimular suas glândulas e a, quem sabe, aumentar o aporte de leite. É legal também pra quem adotou um filhote e quer tentar amamentar, ói que maravilha!! Vai nessa, nega, e não desanima! A pior coisa que pode acontecer pra você e sua amamentação é entrar em desespero! Estresse influencia, sim, a produção de leite.

Ah sim, outra coisa importante: quem sai da maternidade, geralmente sai ouvindo que tem que dar de mamar a cada 3 horas. Ah sim, então quer dizer que quando o bebê estiver bem gostosinho e relaxado dormindo, vou lá acordá-lo e dizer: tó aqui o peito, meu nego? Ou então que, 1 hora após uma mamada, ele quer mamar de novo e eu vou dizer: nananinanão, queridão, nem vem que não tem, agora só daqui a 2 horas? Pára né? A gente pariu bebezinhos, não máquinas pré-programadas. Por isso que, não sei você, mas eu adotei a amamentação em livre demanda. Teve fome, mamou. Que eu não pari pra ver filhote meu chorando de fome sem ter motivo. Lógico que a amamentação em livre demanda não é fácil: requer disponibilidade total da mãe, parar tudo o que se está fazendo, e, às vezes, não ter tempo nem pra coisas báááásicas e fundamentais como uma depilaçãozinha básica das pernas ou um jeitinho nas unhas. Mas quem falou que seria fácil?

Quê mais?
Bom, acho que por enquanto tá bom. Deu pra dar um helpzinho pras mamíferas que, como eu, estão aprendendo cada dia um pouquinho. Falando assim, pode parecer que foi tudo tranquilo por aqui. Mas a primeira semana foi complicada também, porque meu peito ficou machucado sim, as mamas ficaram doloridas sim e eu sentia muita dor pra dar de mamar. Algumas vezes, dei de mamar chorando. Quando passava, eu conversava com a Clara, dizendo que não era com ela não, que era o peito da mamãe que estava se acostumando. Mas mesmo sendo um difícil começo, como diria Caetano, eu já tinha lido muito a respeito antes dela nascer, me preparando, e sabia que isso ia passar… Passou.

Se todo mundo que estiver passando por essas experiências incríveis e doidas da maternidade compartilharem suas descobertas, tudo pode ficar mais fácil. E quanto mais a gente entender de uma coisa, menos apavorante ela será. É o que eu sempre digo para os meus alunos…

Aí embaixo tem um videozinho bem bacana sobre amamentação.
Que amamentar é importante, a gente já sabe. Mas como ele influencia a vida futura das pessoas e como a cultura pode influenciar o processo de amamentação é que não se fala muito ainda. Então, eu encontrei um artigo muito bacana sobre isso e estou disponibilizando aqui. Clica e vai.

Cai de boca, filharada!!!

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