Tudo começou assim.
A Dra. Melania Amorim (que ainda nesta semana contará sua história de cientista que virou mãe, abrindo a nova seção do blog), obstetra e uma das principais ativistas brasileiras da humanização do parto, resolveu levar o Joaquim, seu filho caçula, ao dentista. Joaquim tem quase 2 aninhos e é amamentado.
O que aconteceu na sala do dentista ela conta em seu perfil no Facebook, mas trago apenas um trechinho pra cá, pra compor o contexto:

Pois não é que o odontopediatra, além de se espantar muitíssimo com o fato de Joaquim “ainda” mamar (terminologia que me exaspera, porque ele sequer tem dois anos, idade que a OMS sugere como MÍNIMA para estender o aleitamento), tratou de recomendar que eu parasse de o amamentar para evitar cáries?
Quase fomos aos tapas, e no final eu disse que era melhor parar por ali, porque eu sou não somente ativista da amamentação mas pesquisadora, e a briga iria ficar muito feia se insistíssemos. Discurso dele: “na minha experiência as crianças chegam aqui cheias de cáries porque as mães insistem em amamentar”.
Mas como, meu senhor, se estamos em um País onde o desmame precoce ainda é a regra? Que experiência falaciosa é essa? Onde estão as evidências de boa qualidade? E os demais benefícios do aleitamento materno? E, finalmente, quem o autoriza a orientar o desmame de um bebê contra todas as recomendações da OMS?

Em função disso, Melania chamou as cientistas que viraram mães e estamos nós em uma força-tarefa: escrever um artigo com evidências científicas sobre o mito da cárie associada à amamentação.
Estamos precisando de algumas informações e decidimos acionar o admirável cibermundo materno.
Em mais uma ação via mídias sociais, estamos convidando mulheres que amamentam – ou já amamentaram – crianças que já têm dentinhos a participar desse levantamento.
É rápido e fácil, e pra participar basta clicar na imagem abaixo.
Em 48 horas, já temos 680 respostas.
Se você ainda não participou, ainda dá tempo.
Vem também!

Uma pequena dica aos profissionais da saúde: pensem duas vezes antes de falar qualquer bobagem, fofos.
Você nunca sabe que tipo de mãe está à sua frente.
Algumas têm sanguenozóio e andam por aí carregadas de informações de fontes confiáveis que vão muito além da sua desatualização e preconceito.
É… eu sei… essa moda nova de “empoderamento” é dose.

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