Luisa Alcantara e Silva é jornalista da Folha de São Paulo. Ela é uma jovem mulher que se formou em jornalismo pela Cásper Líbero, em SP, e fez ensino médio no Dante Alighieri (ó?!). Ela gosta do Tom Jobim, do Chico Buarque, viajou (ou quer viajar) de mochila pela Europa, derrama cerveja no chão dos bares que frequenta, já dormiu em aulas de história ou em discussões sobre o rumo da esquerda brasileira. Ela gosta de estar no jet-set, ói que fina! E gosta de aparecer em colunas sociais. Tem o hábito de perder sandália em enchente, essa moça. E, segundo um amigo dela que não divulga o próprio nome, ela “gosta de frequentar botecos sujos e caçoar de pessoas ingênuas”.
Sim, ela gosta disso mesmo, moço. Gosta de caçoar das pessoas.
Luisa Alcantara e Silva é uma jornalista antiética que distorceu uma entrevista concedida de boa fé por uma mãe blogueira. Ela se apresentou à mãe, disse que gostaria de fazer uma matéria sobre mães que mantêm blogs inspirados em seus filhos, sobre como é a relação com outras mães e tal. A mãe abriu as portas de sua casa, se deixou fotografar com o filho homenageado no blog e abriu o coração. A tal moça que “gosta de caçoar de pessoas ingênuas” pegou tudo o que a mãe disse e usou para outra finalidade que não a que ela apresentou à mãe. Expôs a mãe e o filho desnecessariamente, foi atrás de especialistas para provar a tese que ela mesmo escolheu, digitou o ponto final, mandou pra redação e tá lá publicado na Folha On Line. Causou o maior bafafá entre as centenas de mães blogueiras, e os comentários que recebeu lá mesmo no site da Folha não foram nada bacanas…
Ela chamou especialistas da área de educação e psicologia para falar sobre redes sociais e internet. Ou seja, totalmente inapropriado. Seria como se tivesse ligado pra mim pra pedir a minha opinião, como especialista (já que sou doutora), para explicar o porquê do Independiente ter vencido o Goiás e se tornado campeão da Sul-Americana.

Sim. Eu tenho um blog. Tenho antes de ter engravidado. Falo quase tudo sobre a vida da minha filha aqui. Aqui aparece o nome e o sobrenome dela, quando ela nasceu, fotos, conquistas, desenvolvimento, enalteço seus aprendizados, declaro abertamente meu amor. Quem acompanha o blog sabe quase tudo sobre ela. Se eu não tenho medo de expô-la dessa maneira? Não. Não tenho. Não tenho porquê ter medo de declarar aberta e escancaradamente o amor que sinto por ela e como é bom ser mãe dela e vê-la se desenvolver. Medo eu tenho é de gente idiota e sem noção. Isso sim pode fazer mal à minha filha um dia, vai que ela cruza (como vai cruzar) com gente ignorante…Os especialistas dizem na matéria tendenciosa que isso com certeza fará mal à criança. Em tempos esquisitos como os que vivemos, declarar o amor abertamente, sem ressalvas, sem subterfúgios, agora virou motivo de preocupação, porque “vai que faz mal”? Ah, mas foi especialista que disse… Aí pronto. Falou que é “especialista”, “doutor”, “professor” tem gente que se caga todo. Gente insegura, de cabeça fraca, que forma opiniões conforme o vento passa.  “Ah, porque foi um especialista que falou…”. Vai te catar! Aí a pessoa pega um especialista em comportamento pra falar sobre internet. Mesma coisa que consultar um advogado quando se está com febre alta. Ou um médico quando quiser construir uma casa. Mas “eu consultei um especialista e ele disse que…”. Vai te catar de novo!
Sim, falo sobre a Clara.
Sim, coloco a foto dela.
Mas e se tem louco ou louca vendo? Ele que vá se tratar, vá cuidar da sua loucura, da sua infelicidade e da sua inveja. Que até parece que vou nortear minha vida pensando em gente louca… Penso, isso sim, nos meus amigos que estão longe e que gostariam de ver a Clarinha crescer, na minha família, na minha mãe – que conhece a Clara principalmente por aqui -, nas minhas irmãs, em tanta gente querida que nos quer bem e que fica tão feliz cada vez que eu posto alguma coisa sobre minha filha.
Em tempo. Existem atualmente centenas de blogs de mães que falam sobre sua experiência de maternidade, que trocam ideias, que homenageiam seus filhos, que compartilham dúvidas, inseguranças ou alegrias, pessoas que se apoiam em uma verdadeira rede de amizade e de apoio virtual. Foi por meio desses blogs, por exemplo, que eu “conheci” a Dani e a Camila, mães da Helena e da Olívia, respectivamente, que nasceram no mesmo dia da Clara. E estamos pensando em fazer uma coisa muito, muito bacana a respeito desse fato (ideia da Dani, Mãe Perua). Também foi por causa do blog que eu conheci a Nani, que hoje é minha amiga, vem em casa, vamos tomar café na Lagoa junto com nossas filhas e família. Por causa desse blog tenho ajudado muita gente mas, mais que isso, tenho recebido muita ajuda nessa missão tão bacana que é ser mãe.
A matéria da jornalista Luisa Alcantara e Silva, a moça que gosta dos jets-sets e de caçoar das pessoas, termina com a palavra de uma especialista, dizendo que “quem não se respeita possivelmente não respeita a intimidade dos outros”. A própria Luisa é prova cabal disso, né Luisa? Como é que eu sei que você perde sandália em enchente, que você estudou no Dante e que – enfatizo – gosta de caçoar das pessoas? Porque eu fiz o que você devia ter feito antes de publicar aquela porcaria: pesquisei… Isso tudo está nos seus sites pessoais da internet, como Facebook e Orkut. Não dá nem pra me processar né? Afinal, é você quem tá dizendo tudo isso… E se tá na rede, todo mundo pode usar né? Se expondo assim, Luisa? Tsc tsc tsc
Quem não se respeita, não pode MESMO respeitar os outros.
Tola.

Ah! E, ó, essa aí brincando com o patinho é a Clara! Ela tem 4 meses e 9 dias. Tá sentando, dando gritinhos, adora água e acorda de 3 em 3 horas pra mamar na madrugada. Olha que linda que ela é. E se tiver algum louco ou louca de plantão olhando, se liga. Os pais dela são bem mais.

Clara, minha filha, brincando com o patinho e vestindo roupinha que foi da Letícia, filha da Nani, amiga que fiz em função deste blog…

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