Eu sempre digo: todo mundo tem que aproveitar tudo o que puder da vida. Todas as fases, com todas as suas possibilidades. Eu, por exemplo, sempre aproveitei cada fase da minha vida intensamente (daí o nome desse blog), tanto porque sou mesmo uma pessoa intensa quanto porque sei que a vida é essa coisa doida que muda rapidamente e que te oferece oportunidades únicas que, às vezes, passam rápido e não voltam mais.
Sempre fui uma pessoa noturna. Sempre estive em plena – e alta – atividade no período noturno, na balada ou no trabalho. Minha dissertação de mestrado e minha tese de doutorado foram escritas assim, na madrugada. Nós aqui em casa somos bem noturnos, trabalhamos preferencialmente na madrugada; uma ou duas horas da matina e estamos acordados ainda, trabalhando, ou assistindo filme, ou lendo. Em plena atividade.
Balada então, é comigo mesma. Adoro uma madrugada, adoro.
… e eis que de sexta pra sábado a Clara resolveu me dar um baile na madruga…
Tadinha, chorava de coliquinha e não conseguia dormir. Como sei que ficar nervosa não adianta (e pode piorar), procurei só esperar passar, com ela no colinho, conversando com ela, explicando o que estava acontecendo, que ela é uma menina corajosa e tals… E ela com aqueles olhinhos incríveis me olhando no intervalo da dor. Conclusão: o dia clareou e eu percebi que ainda estava acordada, deitada no sofá batendo um papinho com ela, depois de caminhar por todos os cômodos. Dormimos só um pouquinho, uma agarrada na outra, ela deitada sobre o meu peito, que é o jeito que ela mais gosta. E que eu mais gosto também.
Aí que seria muita hipocrisia da minha parte choramingar agora porque minha filha não dormiu na madruga né? Logo eu, que perdi as contas de quantas emendadas de dia-noite-dia já dei na vida; que fiz as provas finais de morfologia vegetal, sistemática e biologia evolutiva, nos idos da década de 90, emendada na balada, sem pregar os olhos, virada do avesso.
Por isso, então, que eu digo: aproveite a vida! Porque ela te dá um know how que você nem imagina. Agora nem tô achando taaaanta novidade, nem tão sacrificante assim, ficar acordada na madruga. Ainda mais porque é por um motivo nobre: cuidar da minha filhinha.
Dá cansaço, dá sono e tudo mais…
Mas ói, pelo menos no dia seguinte eu não tenho ressaca nem nenhuma outra rebordosa… E ainda sinto um cheirinho de filhote tudibão.
Uma salva de palmas para as baladeiras de plantão que continuam na balada, mas só mudaram a música de fundo e que seguram filhotes no lugar dos copos! Bão também.

Imagem: tela “Céu Estrelado”, do blog Pintas e Borrões que, embora desatualizado, é lindo e vale muito a pena visitar.

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