No dia 14 de novembro, propus junto com Kalu Brum, do Mamíferas, e com Andreia Mortensen uma postagem coletiva para o Dia Mundial pela Prevenção da Violência Doméstica Contra a Criança, 19 de novembro.
Nosso objetivo era estimular que pessoas que criam seus filhos sem violência de qualquer tipo pudessem compartilhar os motivos que as levaram a decidir por uma forma não violenta de criação, sugerir alternativas e mostrar que não somente é possível como é mais comum do que se pensa abolir a violência e substituí-la por empatia, compreensão e afeto, que nada têm a ver com permissividade.
Muitas pessoas aderiram à postagem e pude ver, nos poucos momentos em que estive conectada, muitos trechos de depoimentos onde pessoas contavam suas experiências amorosas e compreensivas de criação. Algumas postaram os links de suas postagens no chamado geral, aqui. Outras, postaram como comentário ao chamado que fiz no Facebook e que alcançou rapidamente mais de 300 compartilhamentos. E muitos postaram em seus perfis.
O importante foi ver a movimentação em torno do tema, defendendo uma forma de criação baseada no respeito à integridade física e emocional das crianças, ao respeito à infância e ao reconhecimento de que são detentoras do direito de serem preservadas da violência, qualquer que seja ela.
Mas eu mesma não produzi um texto… No exato dia da postagem coletiva, eu estava chegando de Porto Alegre, onde estava há 6 dias participando do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, apresentando meus trabalhos e ações sobre violência no parto, entre elas o vídeo que produzimos com os depoimentos de mulheres que sofreram essa forma de violência.

Cheguei exausta e embora tivesse passado quase 24 horas sem dormir direito, não pude descansar: comecei os preparativos para outra viagem, que faço hoje. Estou indo para Campinas, participar do Fórum sobre Medicalização da Infância e  Adolescência, que está sendo organizado pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo e pelo Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Participarei da mesa sobre “Mitos e Verdades sobre TDAH”.
Como o tempo ficou curto e o cansaço grande, preferi segurar a postagem um pouco para me preparar para o Fórum. Não deixa de ser uma ação que visa combater a violência contra a criança, não é?
De qualquer forma, além de oferecer o meu relato como mãe que não usa a violência como forma de adestramento de criança – e não de “educação”, já que ninguém é educado na base da violência -, disponho-me a fazer o mesmo que fiz na postagem coletiva “Criação com Apego: mais amor, menos preconceito”, em que visitei as postagens que participaram e fiz um compilado geral.
Assim, se você participou da postagem coletiva contra a violência infantil e não colocou seu link no chamado geral (aqui ou no Facebook), aproveite para colocar. Pode ser link de blog ou link para a postagem no próprio Facebook.
Após a viagem, farei um compilado e divulgarei todas as autoras.
Enquanto isso, recomendo que você leia o texto que a Kalu publicou para a postagem. Lá você vai encontrar um belo relato cheio de amor e afeto, onde ela conta como lidou com o filho em um dia difícil.

Na volta, além do compilado geral da postagem coletiva, conterei também como foi a discussão no Fórum sobre Medicalização. E anote aí: dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, divulgaremos o vídeo “VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA – A VOZ DAS BRASILEIRAS”.
Novembro cheio de atividades, que é pra dar um gostinho ainda melhor ao final do ano…

Se você estiver em Campinas ou região dia 21, aproveite para participar do Fórum. Será um momento muito especial para conversarmos sobre como estamos transformando as habilidades de nossas crianças em transtornos, como as estamos normatizando, numa tentativa de encobrir as deficiências do nosso sistema social, e como muitos de nós se sentem seguros e confortáveis agindo dessa maneira.
Participei de alguns debates nesse sentido também no congresso de saúde coletiva e estou levando algumas informações interessantes para debatermos.

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