Muitas vezes, histórias felizes de maternidade e paternidade são contadas de uma forma que nos leva a crer que tudo está perfeito, que tudo sempre foi perfeito, que não existiram percalços, que todas as decisões foram acertadas e que aquele cara ali foi agraciado com bênçãos universais que nós, esses reles mortais, não conhecemos. Mas… a gente sabe: as coisas não são assim – ou nem sempre são assim. A maioria das histórias é feita de ajustes, de readequação de rotas, de sustos, de erros na tentativa de acertar, de arrependimentos e mudanças, de momentos de preocupação que se transformaram em superação. Por isso superar é algo tão valoroso: porque significa que sabemos o que é dificuldade e, do mesmo modo, nos sabemos capazes de enfrentá-la e torná-la uma aliada, não uma opositora.
Gosto de pessoas e suas histórias. Gosto de ouvi-las contar sobre suas vidas, sobre suas escolhas, alegrias, medos e superações. Se essas histórias vêm recheadas de música e filhos, então, aí eu sento, me acomodo, apoio o queixo em uma das mãos e me entrego.
Foi o que aconteceu ao ler a história que trouxe para cá hoje…
Uma história contada por um homem, que fala sobre amor, sobre escolhas, sobre tornar-se pai e querer
mudar a vida e o rumo para estar com uma filha, sobre perdas, sobre ganhos, sobre como voltar atrás em uma decisão pode nos fazer bem, ao contrário do que tantos acreditam. É a história de um cara que menciona a palavra “orgulho” algumas vezes em seu texto. Sem perceber que é preciso grande dose de humildade para assumir atitudes e caminhos por ele próprio considerados equivocados. E voltar. E mudar. Ele se entregou, ele se perdeu, teve um início de infarto aos 30 anos, viu ir embora quem amava. Perdeu empregos. Vendeu suas coisas. E tudo isso foi necessário para ver que havia um só nome e um só caminho para sua felicidade. O nome: Catarina. O caminho: Jaraguá do Sul, cidade a 180 km de Florianópolis.
Não faz muito tempo que eu o conheci. E quem conversa com ele e vê seu jeito divertido e sorridente de falar, não imagina que ele tenha passado por tudo isso. Eu não imaginava.
Ele é Marco Antonio “Jaguarito”.
Tem 32 anos e nasceu em Florianópolis, é graduado em Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Música e, sobre si, diz o seguinte: “Prioridades: ser sempre um pai presente e apaixonado, assim como marido da mãe do(a) próximo(a) filho(a) que quer ter“. Atualmente, mora em Jaraguá do Sul (SC). E não pretende sair de lá tão cedo…
E é ele quem conta agora uma história emocionante sobre como o amor por uma filha pode mudar, sim, todos os caminhos.
“A vida é feita de escolhas e, sem elas, nada teria muito sentido. Um jargão bastante conhecido, clichê, porém totalmente pertinente quando se escolhe assumir integralmente a paternidade.
que qualquer valor material considerado o mais valioso do planeta. Meu companheiro de apartamento, intrigado ao ouvir o choro alto, pergunta com os olhos arregalados:
orar. No trânsito, o sinal ficava vermelho, eu chorava. O sinal ficava verde, eu chorava de novo.
antarmos o refrão da música que foi feita para ela: “Nossa Catarina…“.
dias de enfermaria com uma mio-pericardite, uma inflamação séria no coração. Foi proposto para que, depois disso tudo, voltássemos para o Sul novamente e, assim, reorganizarmos a nossa família. Não aceitei. No lugar, imaturamente deixei o orgulho, o ego, o estresse, a grosseria e intransigência falarem mais alto e, quando vi, misturado a outros fatores, estava dando início a uma separação.
ha causa e me deu a oportunidade de trabalhar como copeiro no restaurante dele.
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