Estou adorando minhas primeiras férias como mãe, embora sejam férias como nunca havia experimentado antes. Antes de ser mãe, nas férias, eu ficava descansando e praticando o nadismo por horas a fio, e isso me dava a sensação de que estava realmente descansando. Dormia até algumas partes do corpo fazerem bico, não tinha hora pra nada e fazia um monte de nada. Agora, tive que criar uma nova forma de descansar, mesmo que, em plenas férias, eu tenha que fazer um montão de coisas relacionadas à minha filha (ou não). Minha nova forma de descansar é: curtir todos os segundos e todas as pequenas coisas dela, fazer o que gosto com gosto e parar de me cobrar. E isso está me deixando mais descansada do que poderia imaginar. Nesses dias de férias, tenho pensando bastante nas incríveis experiências que a maternidade tem me proporcionado desde a gravidez. E cheguei a uma conclusão extremamente séria.
O que falta às mulheres que se tornam mães é informação fora do óbvio.
parto – hopitalar
Quando, lá no início da minha gravidez, eu me perguntei isso, me veio à mente aquele pensamento religioso que diz que, quando voltarmos pro local de onde viemos, a Força Maior nos perguntará:
“O que fizeste com as almas que vos confiei como filhos para amar e educar?”.
Sempre me pergunto isso. Eu posso responder: dei uma mamadeira, troquei a fralda e joguei no mundo. Eu posso responder: perdi pelo caminho. Eu posso responder: cuidei da melhor maneira que pude. Eu posso responder um monte de coisas diferentes. A questão é saber o que você QUER responder. Eu, particularmente, quero responder: fiz o melhor que pude, saí do meu comodismo, fui atrás, me desafiei, tive a humildade de perguntar pra outras pessoas se existiam outras possibilidades, testei outras possibilidades, mudei minha própria filosofia e quebrei meus próprios paradigmas. Se deu certo? Não sei se deu, mas o caminho foi muito bem feito, com amor, respeito e valores estritamente humanos.
A começar pelo parto.
Eu achava que parto era hospitalar. Descobri que existiam outras possibilidades. E o meu encontro com novas possibilidades não parou por aí. De forma que, hoje, sou feliz por poder dar outras respostas àquela lista de coisas que mencionei no início.
oi tão atrás assim, isso varia muito…).
A primeira questão que apareceu nos últimos dias foi: Clara não cabe mais no carrinho em que ela dormia a noite, do lado da nossa cama. Alternativa óbvia: começar a dormir no berço dela, no quarto dela, longe da gente.
Não queremos o óbvio, novamente. Queremos que ela continue a dormir conosco. Mas o berço não cabe no nosso quarto e não queremos adotar cama compartilhada, porque ainda estamos inseguros sobre isso e estudado o assunto. O que fazer?
Perguntei para as amigas e cada ideia genial surgiu!
Até que uma delas me sugeriu um site que fala sobre quartos sem berços, novas possibilidades para crianças dormirem além dos berços (fui ler mais a respeito e descobri que a grande precursora disso foi Maria Montessori, veja você…).
Outra questão que também me ajudou a sair, novamente, do óbvio aconteceu hoje. Clara tomou 5 vacinas filhas da puta (releve o palavrão, please). Aí ela ficou chorosinha, coitadinha. Ela nunca toma remédios, nunca, mas hoje tive que dar um analgésico no meio da tarde, que foi de grande valia. A dorzinha passou e ela dormiu. Mas a noite, quando acordou, acordou com dor e chorando. (E – SIM! – estou avaliando essa questão das vacinas, com calma e muito estudo. Tem muita coisa que não se diz sobre isso….) Não quis dopá-la de novo. Fiquei pensando o que eu poderia fazer e aí tive uma ideia, baseada nos sinais que ela vêm me mandando nos últimos dias: fui na cozinha, peguei um copinho bem pequenininho, coloquei água filtrada, voltei pro quarto e ofereci a ela. Foi um dos momentos mais marcantes do desenvolvimento dela: eu e o namorado ficamos ali encantados, vendo ela parar de chorar, beber a água com prazer, sorrir, olhar pra gente como agradecendo, lambendo a aguinha, empurrando o copinho com a própria mãozinha dela. Foi demais. Parou de chorar em função da novidade e deu tudo certo.
Escreva a respeito, mande um e-mail para as amigas, ligue pra contar, compartilhe uma boa possibilidade… fora do óbvio.