Fim de semana chuvoso em Floripa é muito providencial, às vezes. Destinamos esse para fazer uma coisa que estávamos querendo fazer faz tempo: organizar as coisas no novo apartamento. Porque a gente se mudou há quase 40 dias e ainda tinha coisa pra arrumar. Aproveitamos a meteorologia nada favorável e fomos. Baixamos no shopping de coisas pra casa e quase nos matamos por lá… É um tanto de caixinha, de caixona, de coisa linda, de coisa útil, de coisa inútil, de coisa incrível que nossinhora. Nos perdemos inúmeras vezes entre os corredores. Clara bem linda e confortável no sling, sendo alvo dos olhares fofurescos de todos os lados. Se eu cobrasse 50 centavos por paradinha, cada vez que vem alguém conversar com ela, já estaria bem tranquila. E eu adoro isso, porque com cada um é uma interação diferente. A gente aprende, a gente troca, a gente ensina, a gente ri, é muito legal. E a Clara é essa garotinha incrível – e altamente seletiva. Sorrisos para aqueles que são mais legais, cara séria de “menos amor, menos confiança”, como o biso Cesário, pros mais sem noção.
Passamos no shopping e ela ficou maravilhada com a decoração de natal e eu, pela primeira vez na vida, realmente parei pra prestar atenção na decoração e também fiquei encantada. Porque confesso que isso era uma coisa que não me chamava muito a atenção antes de ser mãe… como tantas outras coisas que, antes de ser mãe, me passavam batidas. Eu e Clara estávamos vendo a árvore e os infinitos penduricalhos, não sei onde tinha ido parar o namorado, quando uma senhora parou do lado e disse: “Moça, não pode arrancar coisas da decoração e levar pra casa, tá?!”, me deixando ali parada com cara de “Ãhn?!”. E continuou: “Porque essa guriazinha aí com certeza é enfeite”. E foi quando eu percebi que ela estava, realmente, parecendo um penduricalho de papai noel. Toda redondinha, de vestidinho xadrez com vermelho e sapatinhos vermelhos, com aquela carinha curiosa, bochechuda e de furinho no queixo. Não é porque é minha não, mas tava linda mesmo…
Foi um dia longo, só voltamos pra casa umas onze e meia da noite, porque aproveitamos pra fazer tudo o que precisávamos e, no final do dia, ainda fomos passear na Lagoa. E é por isso, entre outras coisas, que eu amo os slings. Quando ela está com sono, dorme profundamente sem nem se dar conta do que está se passando à sua volta. Chegou em casa desmaiada…
E foi a primeira vez esse ano que eu senti o tal do espírito natalino. E foi a primeira vez que eu senti que o natal terá um valor diferente esse ano, com minha filhinha pequena aqui com a gente. Na minha família, infelizmente, o natal e o reveillon adquiriram uma certa melancolia com o passar do tempo, porque tivemos perdas importantes exatamente nessas datas. Mas sinto que agora tudo mudou. Temos Clara e Murilo para dar um sentimento de renascimento mesmo, de paz, de Natal mesmo, com N maiúsculo.
Confesso que estava sentindo muita saudade disso…
Ah… O Natal! Seja bem-vindo de volta às nossas vidas!
Acho que, só em agradecimento pelo espírito natalino ter voltado às nossas vidas, vou fazer uma coisa que minha avó portuguesa fazia só em datas especiais e que eu nem sei como se escreve. Vou fazer fular! (é assim mãe?)
Quase 10 da noite e lá vou eu, depois de organizar cada coisinha nos organizadores super organizados, colocar literalmente a mão na massa.
Em homenagem ao meu tio, meu avô, minha avó e minha irmã.

Aí embaixo, o penduricalho de natal que eu roubei da decoração do shopping…

Foto especialmente tirada para mandar para tia Mirtes e tia Neidinha.
Mesmo antes de saber que seria mãe, eu sonhava em ter uma filha-bolinha.
Olha que filha-bolinha mais gostosa que arrumei!

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