Vou te dar uma humilde sugestão.
Arrume um tempo entre seus afazeres diários, faça um café, chá ou outra bebida que lhe agrade, sente-se e leia essa longa história, que merece ser lida em cada detalhe.
Hoje, inaugurando a seção CIENTISTAS QUE VIRARAM MÃES – uma forma de homenagear tantas mulheres que se dividem entre a ciência e a maternidade – temos uma história de inspirar, de emocionar, de brilhar os olhos. Uma carreira impecável, uma história emocionante, uma mulher determinada e que luta não só pelo bem estar dos próprios filhos, mas pelo respeito a todas as mulheres.
Senta, que a história é longa.
E vale cada linha lida.
É de emocionar.
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o 1: nasce uma Mãe e se forma uma Cientista
E quando ele completou 10 meses eu entrei no mestrado, mas aí ele já comia outros alimentos, poucos meses depois desmamou espontaneamente, isto é, eu não fiz conscientemente nada para que ele deixasse de mamar. Mas tenho cá comigo que eu estava em outra vibe, em outro momento, muito focada em ler quilômetros de referências bibliográficas e pesquisar, além de continuar trabalhando e dando plantão! Fiquei chateada por ele ter parado tão cedo, porém não parei para pensar nos motivos do desmame, estava em um ritmo alucinante! Claro que não atribuo o desmame à minha formação científica, e sim à maneira com que EU lidei com a minha relação com o meu bebê enquanto me formava. Bem diferente…
aternidade
Achei interessante porque a maioria dos obstetras e pediatras, além dos cirurgiões plásticos, ainda têm muitos pensamentos equivocados sobre o tema (mamoplastia vs. lactação), e há relativamente poucas publicações no Medline, o que foi um estímulo para que eu pensasse em estudar mais a fundo o assunto. Com uma imensa fila de artigos científicos e projetos de pesquisa engatilhados, pode ser que demore um pouco, mas a cientista quer estudar mais esse problema que a Mãe enfrentou, para poder incentivar e aconselhar outras mulheres.
ão útil, essencial para qualquer pesquisador, um computador com acesso à Internet. Fiz buscas na literatura, revisei projetos, corrigi artigos, prossegui a orientação dos meus estudantes, e até recebi algumas vezes em casa orientadas grávidas ou amamentando. Uma de minhas estudantes de doutorado ia com sua bebê que mamava para minha casa, nós amamentávamos juntas enquanto fazíamos as modificações da tese e quando ela finalmente defendeu eu brinquei dizendo que cada página estava manchada de leite.
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Veja aqui alguns vídeos do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), cuja Enfermaria de Alto Risco é coordenada por Melania Amorim.
A caminho da humanização, parte1.
A caminho da humanização, parte 2.
A caminho da humanização, parte 3.
A caminho da humanização, parte 4.
Deixo aqui registrado meu agradecimento sincero à Melania, não só por ter aceito o convite de inaugurar essa seção, mas por tudo o que ela representa e tem feito ao cenário do respeito ao parto e nascimento do Brasil e à luta pelo respeito às escolhas femininas.
Na próxima semana, mais uma cientista contará sua história aqui.
E se você também é uma cientista que virou mãe e quer participar desse encontro de mulheres, mande sua história para ligiamsena@yahoo.com.br.
Muitas lindas histórias já chegaram.
É muita emoção, minha gente.