Semana passada rolou no Twitter uma frase que , na hora que li, gostei.
Dizia, mais ou menos, que o Twitter parecia um pátio de hospital psiquiátrico: um monte de gente falando sozinha e, de vez em quando, alguém respondia…
Essa frase ficou na minha cabeça alguns dias.
Fiquei pensando que a internet era mesmo mais ou menos isso…
Pensei nos blogs e nos blogueiros. E também pensei em mim.
O blog tem sido, pra mim, um espaço de divulgação de ideias, de compartilhar coisas, de desabafar. Tenho a impressão de que, expressando o que eu penso dessa maneira, as coisas se acumulam menos…
E aí pensei que, na grande maioria das vezes, estou mesmo falando sozinha.
… isso até visitar o MAMÍFERAS, o blog que menciono no post anterior, e ver os comentários que foram feitos sobre o meu texto.
Fiquei aqui pensando…
Pensando que tem tanta gente que pensa igual, né?
Tanta gente que vive as mesmas coisas…
Tanta gente que sente as mesmas coisas…
Tanta gente espalhada pelo mundo… e de alguma forma conectada…
E de repente, não mais que de repente, achei a frase com que começo esse post muito reducionista…
Porque quem disse que o povo que fala “sozinho” nos hospitais psiquiátricos está, realmente, falando sozinho?
O fato da gente não ver, não significa que não exista alguém ali…
Como a rede mundial…
E de repente, a sala da minha casa se encheu de gente!
Estava aqui a Andrea, que também teve parto domiciliar.
Estava aqui uma moça que se denomina MULHER, que tem orgulho de mulheres fortes.
Estava aqui a Carol, que quer que eu volte pra contar como foi a chegada da Clara.
Estava aqui a Lilis, que também é bióloga, doutora em ecologia, e que passou pela mesma situação que estou passando agora. E deu tudo certo com ela!
Estava a Cibele, mas ela sempre está mesmo…
A Iara também estava, e lá na casa dela também é assim, vencendo um medo de cada vez.
Estava o Olavo, que se emocionou (como eu).
Estava a Thaisinha, que também teve parto humanizado.
Estavam também ELA, Ananda, Anseios, e mais algumas pessoas que passaram, conversaram com a leitura e não deixaram comentários.
Um monte de gente que eu não conheço, que não está fisicamente aqui perto, mas que é como se estivesse… Um monte de gente conversando entre si, mesmo que as vozes não sejam fisicamente ouvidas.
Puxa vida.
Que bom não ver vocês, mas sabê-los aqui.
Acreditem: estou aí também!
Gonzaguinha estava, mesmo, certo, e foi por isso, também, que escolhi uma música dele pra abrir a minha tese. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. E é tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar.