Chegou nosso primeiro natal! E já foi embora também… Ô loco, meu, como as coisas passam rápido quando a gente gosta… E só tô escrevendo hoje sobre isso porque… ah, por que? Porque estamos de férias né, rapaziada? E nas férias não temos horário pra nada.
Ó nóis de férias aí…

 Clara e mamãe descansando a beleza no maior clima de “férias na casa da vovó”

Embora nosso natal tenha começado desde que saímos de Floripa, na madrugada do dia 20 pro dia 21, nossa véspera e dia de natal foram ótimos. Não foi apenas uma noite feliz. Foi uma noite feliz, um dia feliz, um tudo feliz. Feliz e tranquilo.
O primeiro natal da Clarinha foi cheio de variedades. Na véspera, acordamos cedo e nos paramentamos para um passeio na cidade: sacamos nosso sling e nosso chapeuzinho – pra aguentar esse calor monstro desses lados de cá – e fomos. Voltamos escaldantemente encalorados, Clara tirando a roupa pelo caminho… Chegou pelada na casa da vovó. Enquanto a vovó encarava uma cozinha de mil graus, preparando seus quitutes portugueses com certezes, nós nos revezávamos na função “refrescando Clara”. Tava valendo quase tudo: modalidade nude, modalidade “minha fralda tem estilo”, modalidade “pagando peitinho”, tudo. Aí o namorado lembrou do maravilhoso banho de balde e foi uma festa! Fui lá, enchi o balde com água bem fresquinha e pra lá foi a nossa pequena dobrinha encalorada. Se acabou! Entre gritinhos, sorrisos, brrrrrsss, ficou toda feliz aproveitando seu momento “ofurô portátil de plástico”. Ói que diliça:

 Ah, como tô feliz. Meu balde e meu livro de plástico: se fui pobre nem me lembro…

 Opa! Esse treco aqui tem um gostinho diferente do meu leitinho. Gostí.

 Cadê eu? Tô aqui gente!

Ói meus dedim.

Depois da operação-ofurô, mamãe foi ajudar a vovó na cozinha, preparando um peru ao molho de maracujá e uma maionese de frios. Vovó já tinha preparado sua tradicional farofa secular, duas supersobremesas e deixado tudo no jeito pro bacalhau. Na sala, adultos brincavam com crianças, o pessoal conversava na calçada, tudo muito em paz e muito tranquilo.
A noite foi chegando e… quem disse que as crianças queriam dormir? Clara tem sempre uma rotininha: por volta das sete e meia, toma seu banhinho, mama e dorme. Mas acho que ela sentiu que o papai noel estava mesmo pra chegar: nada de dormir. Ficou acordadona e ligadona, brincando com todo mundo.
A meia-noite foi chegando e eu fui ficando apreensiva… Antes de sequer imaginar que seria mãe, eu ficava pensando em como as recém-mães deviam ficar fulas da vida com os fogos e os rojões. A meia-noite chegou, os fogos e rojões também, Clara no meu colinho e… nem tchum. O máximo que ela fez foi arregalar os olhinhos de lagartixa pra tentar entender o que era aquele barulho, mas tranquila como é, assim continuou.
A mamãe até tinha colocado uma roupa lindérrima para a ocasião do primeiro natal… mas pelamor, coitada da criança. Um calorão duzinferno, a criança agoniada, não durou nem 2 minutos: coloquei, mostrei pra vó, que mostrou pra vizinha, voltou e tirei. Lá tava ela no naturismo de novo.
Foi dar a meia-noite, jantarmos e ela capotou. Dormiu que nem um anjo, 5 horas seguidas. Uma linda.

No dia seguinte, essa foi a cena que encontrei ao voltar do banheiro. Acho que ela sacou que era um dia especial e foi cutucar o papai pra gente passear.

 E fomos né?  Pra que ela pudesse aproveitar o primeiro dia de natal da vida dela. Fomos no lago, vimos bichinhos e brincamos um monte.


O dia de natal dela terminou da maneira mais gostosa possível: ganhando beijocas da vovó e brincando com o Gostosurilo.

Daqui a pouquinho, vamos voltar pra Floripa. Resolvemos viajar, de novo, na madrugada, já que a primeira viagem da vida dela foi assim. Nossa vinda demorou 12 horas, 8 das quais ela dormiu tranquilamente na cadeir
inha. Então agora, vamos repetir a dose.
Quando nós vamos reencontrar o pessoal, vovó, titias, titio, priminho? Não fazemos a menor ideia. Mas nem quero pensar nisso, que é pra manter a alegria desse encontro e voltar feliz pra Floripa.
Agora eu vou ali com a turma toda, que está chamando pra gente passear no fim de tarde, antes de pegarmos a estrada.
Que feliz natal foi esse. Cheio de amor, de reencontro, de paz e tranquilidade. Como há muito tempo nós não tínhamos. Clara conheceu a vovó, a vovó conheceu a Clara e… meu namorado e minha mãe se conheceram. Eu não havia falado nada que era pra não criar tensão, mas os dois também não se conheciam. E, olha, acho que se gostaram muito, porque foi um teretetê que nussinhora. Passaram horas sentadinhos na calçada, nas cadeirinhas, batendo papo, cozinharam juntos, acho que os santos se bateram. Para minha completa felicidade.
Estou feliz demais com esse natal. Meu primeiro natal com minhas famílias, a família-mãe e a família-filha.
Vale até cantar, pela milionésima vez, a musiquinha portuguesa: “Boas festas, boas festas, cantamos com alegria, um bom ano para todos, cheio de paz e harmonia”.
Agora, espero que a vovó não demore muito pra ir nos visitar. Senão Clara vai sentir muita saudade dela.
E nós também.
Simbora pra estrada agora.

PS: Logo mais, daqui a um pouquinho mais de 1 mês, Clara vai começar a experimentar outras coisinhas além do leitinho da mamis. Não vou apressar nada, só porque todo mundo diz que tem que ser assim, e vou nos preparar bem pra esse novo mundo. Mas nesses dias, vendo a Clara tomar banho de balde e colocando água na boca propositalmente, experimentando com gosto, atendi ao pedido dela: hoje coloquei um pouquinho de água num copinho e servi a ela. QUE ADOROU! Coisa mais linda ela fazendo biquinho e colocando a linguinha pra fora pra tomar. Filha, você nem imagina quantas coisas simples e deliciosas têm aqui no mundo… Vou te mostrar tudo. Mas com calma.

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