DENÚNCIA

Esta postagem faz parte de uma rede de ações que visa tornar pública a violência sofrida por uma moça de nome "L.", que infelizmente representa milhares de outras mulheres brasileiras que são violentadas de todas as maneiras possíveis, por homens, pelo Estado, pela sociedade, por outras mulheres, pela mídia. Nós queremos e precisamos que você conheça a história dela e que se junte a nós na defesa de um direito que é de todas: ser ouvida, ser amparada, ser apoiada, ter nossos direitos legitimamente conquistados respeitados. Chega de violência. Chega de termos nossos corpos usurpados desta maneira vil. Somos mulheres, somos mães, somos pessoas. Nós precisamos ser ouvidas.

"L." é mãe de um garotinho de 5 anos. Em janeiro, "L" foi estuprada. E o resultado de toda essa violência foi, além de um trauma para toda a sua vida e uma dor irreparável, uma gravidez. Mas a violência abominável que ela sofreu não terminou aí, na verdade estava apenas começando. "L." procurou o serviço de saúde a fim de obter um abortamento previsto em Lei e que, portanto, é seu absoluto e legítimo direito. E "L." foi, então, violentada novamente…

Violentada sexualmente por um homem. Violentada institucionalmente pelo Estado. Violentada socialmente por todos e todas que preferem não vê-la nem à sua dor, que preferem julgá-la ao invés de acolhê-la. Violentada por todos aqueles que defendem que mulheres não devem decidir por suas vidas e por seus corpos. "L." foi violentada de todas as maneiras. "L.", então, decidiu que atentaria contra seu próprio corpo e sua própria vida a fim de não viver mais um inferno dentre todos esses a que foi cruelmente exposta e submetida.

Até que pediu ajuda…

Até que foi amparada, ouvida, apoiada e defendida por uma rede de mulheres que não se deixa abalar por julgamentos moralizantes nem pela ignorância que vêm da falta de acesso à informação.

Andrea Dip, jornalista premiada, mãe, profundamente engajada com a defesa dos direitos das mulheres, que faz parte do grupo de escritoras da plataforma Cientista Que Virou Mãe e é uma das principais colaboradoras da agência Pública, acaba de produzir uma matéria de extrema profundidade, pertinência e embasamento que é, na verdade, um grito por "L": "O S.O.S de L.: grávida do estupro e maltratada pela rede pública". Andrea conta nesta matéria tudo o que ela viveu e ainda está vivendo. A história não acabou, está em pleno curso. E precisamos que você dê visibilidade a esse caso.

Neste exato momento, a organização Artemis, que há dois anos vem representando mulheres na defesa de nossos direitos, está enviando e-mails a todas as autoridades que, de alguma maneira, podem atuar na defesa de "L." e de todas as outras meninas e mulheres que todos os dias são violentadas em todas as instâncias possíveis.

A denúncia, formalizada como "Violação de Direitos Humanos de uma mulher ocorrido na cidade de Goiânia, consistente no impedimento de acesso ao aborto legal de gestação decorrente de crime de estupro, com negativa de atendimento e seguidas violências institucionais", pode ser lida na íntegra AQUI, e está sendo encaminhada para as seguintes autoridades:

– Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff – MD. Presidenta da República Federativa do Brasil Palácio do Planalto

– Excelentíssima Senhora Nilma Lino Gomes – Ministra De Estado Chefe Do Ministério Das Mulheres, Da Igualdade Racial E Dos Direitos Humanos

– Excelentíssimo Senhor Rogério Sottili – Secretário Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos

– Excelentíssimo Senhor Cledisson Geraldo Dos Santos Junior – Coordenador-Geral Do Conselho Nacional Dos Direitos Humanos – Cndh

– Excelentíssima Senhora Maria Esther Vilela – Coordenadora-Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde Excelentíssima

– Dra. Nadine Gasman – Representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil

– Excelentíssimo Doutor Ailton Benedito De Souza e Dra. Mariane Guimarães De Mello Oliveira, Procuradores da Regional de Goiás da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

– Excelentíssima Senadora Vanessa Grazziotin – Procuradora Especial da Mulher do Senado Federal

– Excelentíssimo Senador Paulo Paim – Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal

– Excelentíssima Deputada Federal Elcione Barbalho – Procuradora da Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados Federal

– Excelentíssima Deputada Federal Dâmina Pereira – Coordenadora Geral da Coordenadoria da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados

– Excelentíssimo Deputado Federal Paulo Pimenta – Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados

– Excelentíssima Senhora Érika Kokay – Deputada Federal

– Excelentíssimo Senhor Jean Wyllys – Deputado Federal

– Excelentíssimo Senhor Leonardo Vilela – Secretário de Estado da Saúde de Goiás

– Excelentíssima Sra. Lêda Borges e Sra. Cecília Melo – Superintendência de Políticas para Mulheres (Supem) da Secretaria Estadual da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, Dos Direitos Humanos e do Trabalho do Estado de Goiás

– Excelentíssima Senhora Manoela Gonçalves Silva, da Comissão de Direitos Humanos e da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Goiás

– Excelentíssimo Senhor Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, Presidente do Conselho Federal de Medicina

– Excelentíssima Senhora Vera Paiva – Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia

– Excelentíssima Senhora Tânia Diniz – Coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos do Conselho Federal do Serviço Social 

 

Por fim, deixo a pergunta: quem é você neste ciclo infindável de violência contra as mulheres? Você também é algoz ou faz parte da luta pela erradicação?

 

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