Quero dizer que tudo o que está aqui é MINHA opinião PESSOAL. Em tempos de liberdade de expressão (se é que isso existe mesmo…), esse é o meu blog e aqui posso escrever o que eu quiser. Não estou sendo paga pra detonar nenhuma marca, nem pra enaltecer outras, mas é um dever CÍVICO com minhas parceiras de amamentação alertá-las para a existência de armas de destruição em massa que andam sendo vendidas aí nas farmácias, como se fossem coisinhas bonitinhas com desenhinhos de crianças mamando na caixa, as malditas…
Após o nascimento da minha filha, as enfermeiras que me ajudaram durante o pré-parto e o parto também me ajudaram e orientaram no pós-parto, me dando toda orientação que era necessária – e fundamental – e que me faltava para que eu começasse de uma maneira bem bacana a vida de mãe. Nesse contexto, ensinar a melhor forma de amamentar foi uma das muitas benesses que elas me proporcionaram e devo grande parte do que aprendi a elas – a outra parte eu fui atrás, lendo, perguntando, me atualizando e criando o meu próprio conceito do que seria bom para mim e minha filha.
Uma das muitas coisas que aprendi com elas foi a melhor forma de tirar o leite das mamas, quando esse se acumulava em função da produção ainda não ter se regularizado. No início, eu era praticamente uma dissidência doméstica da Parmalat, produzia muito muito muito leite. Mas muito leite. Não sei como seria minha vida se não existissem as conchas coletoras e os absorventes de lactação… Outro dia, inclusive, uma moça me fez me tocar de uma coisa muito legal, ao dizer: “Ligia, você já parou pra pensar em quantos filhos de leite você deve ter por aí?”. É verdade, eu ainda não tinha me tocado disso! Naquela época do milk descontrol, eu cheguei a doar cerca de 1 litro e meio de leite por semana ao hospital infantil, com o objetivo de ajudar os bebês prematuros, ou aqueles cujas mães tiveram algum problema de produção, a terem o leite materno em sua dieta.
A melhor forma de tirar o leite das mamas é através da coleta manual, sem a ajuda de bombas ou aparelhos. Primeiro porque eu acho mais humano. Segundo porque, naquele início hardcore de função amamentesca, o eventual uso de bombas pode realmente machucar muito o peito e desestimular a nova mãe a continuar a amamentar. E tudo contra o que pode desestimular a amamentação! Então por muito tempo eu tirei leite com as mãos mesmo, delicadamente, e isso sempre deu conta do recado.
Depois que voltei ao trabalho, mesmo fazendo isso de maneira muito bacana, já que consegui um esquema em que fico longe da minha filha apenas algumas horas (todo meu agradecimento – e da Clara também – aos meus “empregadores” e parceiros de pesquisa científica), comecei a sentir necessidade de deixar uma quantidade maior de leite armazenado pra ela, para alguma eventualidade (que, graças a Deus, nunca houve). Assim, fui atrás de outros métodos de coleta e experimentei algumas bombinhas. Mas isso – ressalto – depois de muitos meses de amamentação, com o peito pronto pra função, sem risco de machucados ou fissuras. Bom, aí experimentei algumas bombas. Quer dizer, algumas armas biológicas.
Eu gostaria de encontrar com o cara – porque é certeza que foi um cara – que desenvolveu uma das bombas de retirada de leite da Lillo. O troço é uma bomba mesmo: é usar pra matar! É uma arma de guerra! É uma coisa de extermínio em massa das mamas! Primeiro que o troço parece uma seringa. Aí vc coloca lá a parada e puxa o “êmbolo”. Devia estar escrito no manual: “após puxar o êmbolo, jogue com força a bomba na parede, pra quebrar mesmo, porque você vai sentir uma dor tão grande que vai dar vontade de matar uma pessoa”. O que foi aquilo?! Puxei o êmbolo e saiu até lágrima dos meus olhos, tamanha fisgada. Eu, que amamento há bastante tempo. Imagine se fosse uma mãe estreante na função?!
Portanto, vai aqui meu comentário construtivo: alô você que está procurando uma bomba: não compre essa da Lillo. Ela vai tentar te matar!
Como você pode ver, essa bomba de guerra ainda estimula o uso de mamadeiras, já que o próprio recipiente vira uma (?) mamadeira… Ou tenta virar uma pelo menos. Agora, por causa dessa porcaria aí, toda vez que penso naquelas notícias de “o país tal bombardeou o país tal”, vejo um avião militar jogando bombas da Lillo na cabeça das pobres peitudas lá de baixo, com seus peitos sangrando… Isso dá até uma charge, hein?!
Tentei também uma outra bombinha, com mais cara de amiga. Daquelas bem simples, tipo uma cornetinha, com uma pera de borracha na ponta, pra você bombear. Olha, essa é bem amiguinha, tenta fazer a função dela, fica ali na manha. Até tira o leite, mas dá pra assistir a um filme inteiro enquanto você tira uns míseros 20 ml de leite… Tadinha, ela tenta ser legal, não te machuca e tal. Mas é meio devagar quase parando. Mas não é ruim não. Só não é produtiva.
Aí, então, um dia, eu conheci minha nova colega de trabalho, minha parceira de bastidores, minha salvadora de alimento pra filha: uma bombinha amiga! Na verdade, eu fui apresentada a ela por uma amiga do grupo de discussão do qual faço parte – e leitora do blog – a Thais. A Thais tem dois filhos pequenos, um deles bebê, e também já voltou ao trabalho. Ela colocou à disposição das mães amigas do nosso grupo uma bombinha manual. Eu me interessei e ela, muito carinhosamente e na base da gentileza, me emprestou. E agora somos uma família: eu, Frank, Clara e a bombinha camarada. Ela não machuca, tem três níveis de regulagem da pressão, é super fácil de usar, a gente nem sente. E é incrível: já tirei 200 ml de leite com ela de uma vez só!! Sem o menor esforço ou desconforto. Tive que esvaziar o armazenador duas vezes, porque encheu! O único porém é o manual de montagem dela: tem que fazer um curso de especialização, quase, pra entender. Melhor largar o manual e ir na base da lógica mesmo… Pra quem tiver interesse: é essa bomba aquió, da Alleite. A má notícia: parece que ela não é mais fabricada, porque eu não encontrei disponibilidade dela em nenhum lugar. Mas é boa mesmo! Embora seja difícil de encontrá-la, talvez nesses sites em que as pessoas vendem coisas, ou em brechós de coisas de bebês, talvez você encontre.
escos íntegros, com esse post, que fique claro…)
Em tempo: se você está começando a amamentar agora, não use bombinha não… pode machucar você. Use a mão mesmo, com calma e devagar. Vale a pena evitar machucados desnecessários que podem impedí-la de amamentar.
Sabe… me deu até uma tristezinha agora, pensando que um dia essa bombinha irá embora da minha casa… É que eu me apeguei a ela, sabe?
É. Pobre é uma desgraça, mesmo.
Pobre se apega nas coisa. Já dizia Caco Antibes…