Você sabe o que é a Lei de Gerson? Mesmo que nunca tenha ouvido falar nisso, com certeza você sabe o que é.
Gerson foi jogador da seleção brasileira de futebol na década de 70. Em 1976, ele estrelou um comercial televisivo de uma marca de cigarro, o Vila Rica. O vídeo do comercial é esse que está ali em cima.
Em determinado momento, Gerson diz que gosta de levar vantagem em tudo. E sugere: leve você também! E, infelizmente, é o que vemos muito mais frequentemente do que gostaríamos, gente que quer tirar vantagem de tudo. Gente que critica a política corrupta instalada no Brasil. Gente que diz respeitar os outros, os consumidores, os amigos, a família, mas não titubeia em pensar primeiramente em seu próprio bolso e, depois, ah, depois vem o resto…
Nos últimos tempos, vivi algumas situações assim. Uma delas conto agora, porque aconteceu esses dias.
Eu, que usava o mesmo notebook há 5 anos, resolvi trocar por um mais novo e comprei um Sony Vaio.
Escolhi essa marca e modelo em função de sua reconhecida qualidade. Depois de pesquisar bastante, decidi comprar nas Lojas Colombo do Shopping Iguatemi, aqui em Florianópolis. Comprei no dia 12 de janeiro. Cheguei em casa feliz como criança que ganhou brinquedo novo e notei, com grande decepção, que o notebook apresentava um defeito de fábrica. No dia seguinte, retornei à loja com o computador em mãos e expliquei o problema. Um dos gerentes e o estoquista confirmaram o defeito. Assim sendo, solicitei a substituição do produto por um idêntico. Ao que fui informada que, naquela loja, igual àquele só tinha o que estava no mostruário. Obviamente, não aceitei. Se eu comprei um lacrado, era um lacrado que eu queria. Eles tinham um outro lá, igualzinho, mesma marca, modelo e idênticas configurações, mas era preto, e eu havia comprado um prata. Sugeriram a troca, mas eu disse que ainda preferia o prata. Assim, localizaram outro produto igual na loja de Balneário Camboriú, que fica há cerca de 1 hora de Floripa. Perguntaram se eu poderia aguardar 1 semana para a troca, que era o tempo que levaria para chegar (o que já é um absurdo, já que um courier faria isso em 40 minutos), mas eu concordei, e disseram que me ligariam no dia. Uma semana depois, como ninguém ligou, eu liguei. Mas me disseram que, infelizmente, o computador não havia sido enviado… E ainda me perguntaram se eu podia esperar mais 1 semana, ao que eu respondi que não, que queria o computador novo no dia seguinte no máximo, porque era um absurdo essa falta de compromisso. O gerente disse que ia tentar e que me ligaria até às 16 horas. Obviamente não ligou, então liguei novamente.
O mesmo gerente me disse que tinha localizado o produto, que agora estava em Curitiba (oi?), mas que chegaria com certeza no dia seguinte, que eu podia confiar, e que me ligaria até às 18 horas pra confirmar. Não ligou. Então eu fui na loja. Chegando lá, procurei um outro gerente, que me disse que aquela peça que havia sido prometida pra mim como substituição da com defeito, havia sido vendida…. Legal, né?
A empresa se comprometeu a trocar um produto que veio com defeito, não tem estoque próprio, manda vir um não sei de onde e vende o produto, deixando o consumidor em segundo plano. Obviamente, venderam para garantir o lucro.
E eu, o que aconteceu comigo? O gerente me deu três opções: ou eu ficava com a máquina com defeito e mandava pra assistência (senta lá, Claudia), ou cancelava a compra e me devolviam o dinheiro, ou eu ficava com a equivalente, aquela que eu mencionei, que era igual, mas em preto. Eu disse que, ainda que não quisesse da cor preta, uma vez que havia comprado um prata, eu aceitaria o preto para resolver toda essa confusão. E aí o gerente me informou que, mesmo tendo sido prejudicada e desrespeitada dessa maneira, tendo tido o produto prometido a mim vendido, tendo gasto R$ 15,00 só de estacionamento nessa história, fora as ligações de celular, a semana perdida e o aborrecimento, eu poderia trocar sim pela máquina preta, mediante o pagamento de R$ 300,00 inexplicáveis reais, por uma máquina de mesma marca, modelo e configurações que a que eu havia comprado, só que preta. Eu queria muito mandar o gerente enfiar a máquina preta no buraco do seu nariz, mas por educação e respeito disse apenas que não aceitaria e que, ainda que eu decidisse pagar R$ 300,00 a mais, não seria para as Lojas Colombo.
No dia seguinte, voltei com o computador em mãos e devolvi. E eu, que paguei a máquina defeituosa à vista e fui bastante desrespeitada como consumidora, ainda terei que ter a boa vontade de esperar 7 dias úteis para que o dinheiro caia na minha conta, é mole? Sete dias esperando pra poder comprar um outro em outra loja. Agora, o pior: um vendedor ainda me confidenciou que eles anunciaram esse e outros produtos numa porção de lugares, mas que não dispõem de estoque para isso. E nem venha me acusar de difamadora: eu gravei tudo.
Enfim…
Tudo isso porque uma empresa não soube cumprir o compromisso assumido de me entregar uma máquina que havia sido reservada a mim apenas porque a vendeu antes… Melhor garantir uma boa venda do que cumprir com louvor uma pós-venda. Esse é o perfil das Lojas Colombo do Shopping Iguatemi de Florianópolis, pelo menos foi assim comigo. Lojas Colombo: você pode, você merece. Se vamos ter pra trocar depois, são outros 300.
Morais da história:
– não é porque uma marca é reconhecidamente boa que está isenta de apresentar defeito de fábrica; mais vale um computador de marca nem tão top que funcione, que um poderoso que dá pau na primeira semana;
– antes de decidir comprar, certifique-se de que a loja possui estoque para eventuais substituições;
– ah, sim! Nunca mais comprarei nas Lojas Colombo do Shopping Iguatemi de Florianópolis, bem como não recomendo a ninguém a compra porque, como disse o vendedor, eles não possuem estoque para todos os produtos, que permita a troca em caso de defeito.
Sabe o Gerson, lá do começo da história? Então, o pobre foi a público depois dizer que tinha se arrependido de ter associado seu nome a uma coisa assim… Infelizmente, não é todo mundo que se arrepende não.