Quando a gente resolve criar um blog, tudo pode acontecer. Pode ser que ele fique lá paradão, ou pode ser que você se dedique ativamente a ele. Pode ser que ele sirva como agregador de amigos e família, ou pode ser que se escreva anonimamente por medo de expor a si e sua própria vida. Pode ser que ele sirva como um diário aberto, ou como um espaço para análise crítica de temas que te interessam. Ou não, pode ser que se queira apenas um espaço menos fechado que um editor de texto para dar vazão aos próprios pensamentos.
“A fixação na mente do leitor – esse Outro para quem escrevemos – se dá quando mostramos que somos também um pouco parecidos com ele. É dando a ele a sensação de que, quando está lendo sobre nós, lê sobre si mesmo. Como bem definiu Stella Cavalcanti numa entrevista: ‘Os blogs permitem que diferentes pessoas se conheçam melhor, nem que seja para a simples identificação. Todo mundo tem seus dias bons e ruins’. O leitor precisa sentir que está tendo acesso a uma memória que também é sua. Que quando o diarista constrói uma memória, ela é elaborada em conjunto com a dele. O escritor do blog tenta resgatar uma experiência, um momento, um sentimento compartilhado com o leitor na tentativa de fazer com que este não se esqueça dele – da mesma forma que não abandonaria a si mesmo”.
pítulos de livros, ou matérias de revistas, ou de oferecer palestras e conduzir bate-papos sobre temas dos quais trato aqui. Na semana que passou, em uma aula de bioética, uma colega simplesmente me perguntou se eu tinha a noção do alcance que esse blog havia adquirido; que ela tinha ido à Brasília e, sabendo que ela fazia pós-graduação no mesmo departamento que eu, a perguntaram se me conhecia.