Rapidinho, que o bicho aqui tá pegando.
Hoje acordei super cedo como de costume pra voar pro trabalho e conseguir uma vaga pra estacionar que me poupasse de subir a ladeira do Curuzu e chegar suando que nem um pedreiro, me deixando incomodada enquanto elaboro um protocolo operacional padrão de um experimento científico. Dou de mamar, me arrumo, desço, ligo o carro e…. o carro não funciona. Marido dormindo com a filha. O que faz uma mulher nessa hora? Depende da mulher. A louca metida a “me viro” – depoimento autobiográfico – exclama: “Mas nem vem que não tem!”, puta da vida e no modo “sou um bule”, mãozinha na cintura tipo uma tia louca. Abre o capô, sai do carro, levanta o capô. Tá lá o maluco metido a surfista, do lado, colocando sua prancha em seu super carrão, vê a cena e solta uma risadinha, o palhaço. Dá até pra ouvir o pensamento do nego… Aí a maluca abre o capô na esperança de ler “AQUI Ó, AQUI TÁ O PROBLEMA”. Dá de cara com um monte de coisa preta, aparentemente tudo igual, revestidas por uma camada grossa de pó preto. Aí a louca pensa: péra, cuméqui foi a pane? Bom, virei a chave e nem um sinal de nada, nem relógio, nem luz, nem nada. Bom, pensa, tá sem energia pras paradas funcionar. De onde vem as energias das coisas? Ou vem da comida, que o organismo processa e usa na forma de ATP (adenosina tri-fosfato), ou vem das tomadas ou vem de uma bateria. Tá lá a louca procurando a bateria… Destampa um treco e acha. Toda desconectada, a desgraça, exatamente como fizeram quando tentaram roubar meu carro em plena Lagoa da Conceição e eu cheguei na hora e comecei a xingar o maloqueiro, que saiu correndo – decerto com medo de que eu mordesse e transmitisse raiva (aqueles dias…). Tentei sublimar o pensamento de que alguém havia – de novo, porra! – tentado levar meu carro e vâmo lá tentá arrumá. Tem lá um plug, tem lá uma coisa pra ser plugada, tem lá outro plug, e tem outra coisa pra plugar, e um parafuso solto. Simbora na lógica da metodologia. Pluga tudo, aparafusa o que tava solto, coloca a tampa no lugar, passa a mão na testa pra deixar aquela sujeirinha típica de mecânico – e tá lá o palhaço do surfista com sua cara de Mutley e sua risadinha irônica. Entra no carro, vira a chave: E TOCA O SOM!
Sai do carro – tá lá o palhaço com cara de que viu vida extraterrestre.
Olha pro surfista.
E diz: “É…
… e sai dando uma risadinha.
Sobe, acorda o marido e diz: consertei o carro. Marido com certeza vai achar que é um sonho.
Aí a nega já se atrasou toda e, com certeza, vai ter que subir a ladeira do Curuzu e chegar suada que nem um pedreiro.
Essas coisas acabam com o glamour da vida de uma pessoa, vou te dizer… Mas dão uma alegriazinha de pensar: “caraca, véi, consegui!”.
É rezar pra não explodir nada na próxima semana…
Ah é! Depois que escrevi isso, lembrei de outra da semana passada, da série “Maluca faz-tudo”. Mas agora tá corrido, depois eu escrevo, sob o título de “Mãe, doutora, mulher e técnica de informática”. E vai também o “O Sono da Filha”, que está sendo produzido aos poucos… exatamente quando a filha pega no sono (por isso tá demorando…)