Em 2012, ouça somente seu coração

Eu estava preparando um texto sobre o que foi para mim esse ano de 2011 que está se findando, entre suspiros, emoção e muitas lágrimas.
Um texto sobre ter a coragem de se deixar pra trás o que não te faz feliz e assumir a incerteza, indefinição e dúvidas de um novo caminho apenas porque nesse você vê, você sente, você sabe que há um coração.
Um texto sobre enfrentar medos internos e seguir não sem eles, mas a despeito deles, em busca da sua própria felicidade.
Sobre aproveitar as oportunidades que a vida te traz, às vezes de maneiras muito diferentes do que você está acostumado a receber.
Sobre não achar que o caminho está traçado e desafiar a si próprio e a vida.
Sobre lutar pela satisfação interior todos os dias e não deixá-la para o ano novo, porque o ano novo não é nada além de um dia como outro qualquer, uma segunda-feira que pode ser até chuvosa, onde os sinos não vão tocar apenas porque você virou a folhinha no calendário.

Estava escrevendo um texto sobre a importância desse ano, das coisas que vivi tendo Frank, Clara e muitas pessoas fortes ao meu lado, me apoiando e incentivando. Sobre como algumas pessoas nem souberam que importância determinante tiveram em meu caminho. Um texto sobre querer fazer a diferença, sobre lutar por uma causa num mundo de futilidades, sobre viver intensamente a maternidade, sobre aceitar desafios e ir além dos seus próprios limites.
Sobre a cura de traumas antigos, sobre perdão, sobre amor.
Sobre ter fé em todos os instantes da vida, até os últimos segundos, sobre crer que nessa vida não estamos à deriva, jogados às feras.
Sobre a importância do amor de mãe, de pai, de companheiro e de filha.
O texto estava sendo construído com muita dedicação e cuidado. Procurei coisas e registros do início do ano. Transformei-os em imagens. Pesquisei nos meus arquivos. Chorei um tanto fazendo isso. Escrevia sentindo uma saudade terrivel da minha mãe, que precisou ficar em sua cidade resolvendo os últimos detalhes de uma etapa e se preparando, também, para uma boa mudança.
E aí olhei pro lado e vi companheiro, pai e filha juntos, conversando.
Então decidi interromper o texto elaborado e ir lá ficar com eles.
Porque a vida é isso. É interromper certas coisas quando achar necessário, se outro caminho tiver mais coração. E fazer isso a qualquer momento.

Passei aqui, então, pra dizer que no último dia do ano optei pelo não-texto e deixarei para o próximo post meu relato pessoal sobre 2011.
Eu desejo, sinceramente, que em 2012 o mundo acabe. Que acabe esse mundo de ignorância, de individualismo, de egoísmo, de gente pensando apenas em seus bolsos, de gente sendo desrespeitada e magoada, de maledicência, de violência. Mas não desejo isso apenas porque hoje é dia 31 de dezembro e amanhã será um novo ano. Eu desejo isso todos os dias e tenho feito a minha parte.
Em 2012 seja feliz! Vire a mesa! Saia do comodismo! Faça a diferença. Não ouça nada ou ninguém que queira te desmotivar, ouça apenas o seu coração.
Mas, acima de tudo, TENHA CORAGEM!

Em 2009, eu e Frank nos conhecemos. Nos interessamos um pelo outro de cara. Mas não, não foram meus talentos, dotes culinários ou olhos azuis que o encataram. Frank só se apaixonou por mim, mesmo, no dia que contei que eu era fãzaça do Henfil, o cartunista, certeza.
Então são dele as palavras que escolhi pra me despedir de 2011, esse ano incomparável.

Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. aí sim, a vida de verdade começaria.
Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo…
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.
Henfil

 

Leave a Reply