O Movimento Infância Livre de Consumismo, o Mamatraca e nós, do Cientista Que Virou Mãe, estamos propondo uma discussão fundamental sobre até que ponto é ético, coerente, transparente, limpo e correto culpabilizar mães, pais e – o que para nós parece ainda mais absurdo – AS PRÓPRIAS CRIANÇAS na epidemia de obesidade que elas mesmas estão vivenciando. Uma empresa de saúde suplementar (convênio de saúde) está promovendo uma campanha que não só culpabiliza pais, mães e cuidadores pela obesidade infantil como vai além: demoniza as crianças por isso, pintando-as como pequenos diabinhos manipuladores de adultos. O mais interessante (pra não dizer indignante) é que, sabe-se lá porquê (conveniência? jogo sujo? jogo duplo? grana? o que será?) a empresa se esquece de discutir o papel fundamental de um grande, imen$o vilão: A PUBLICIDADE VOLTADA PARA O PÚBLICO INFANTIL e a incoerência e falta de comprometimento da indústria de alimentos. 

Em um próximo texto, eu, Ligia, vou discutir sobre de que forma nefasta a tal empresa de saúde suplementar utiliza a questão da "oferta de limites na criação das crianças" como proposta de discussão sobre a obesidade infantil. Uma proposta tão sem embasamento quanto covarde, uma vez que pinta crianças como manipuladoras e maquiavélicas, colocando mães, pais e cuidadores de uma só vez tanto no papel de vítimas (das crianças) como de culpados (pela obesidade delas).

No texto abaixo, Andreia Mortensen (veja aqui uma pequena descrição sobre ela) foi buscar algumas referências sobre diferentes papéis no processo de obesidade infantil. E ela não esqueceu "convenientemente" da indústria de alimentos.

 

Epidemia de obesidade infantil: um problema multifatorial

Por Andreia Mortensen

Colaboração de Ligia Moreiras Sena

 

A obesidade infantil é um complexo problema de saúde, associado à genética, ao ambiente (comportamento, padrões de alimentação, de atividade física, uso de medicação, entre outros) e a fatores sociais (como, por exemplo, a publicidade da indústria de alimentos).

Manter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos regularmente possibilitam um balanço entre calorias consumidas e calorias gastas, prevenindo um possível ganho de peso (veja as referências 1 e 2). Já sabemos que, de modo geral, a sociedade atual não apresenta comportamentos alimentares dos mais saudáveis, haja visto a quantidade de alimentos ricos em açúcares e gorduras desnecessárias que a maioria das famílias consome diariamente…

Mas não adianta culpabilizar pessoas. É preciso entender qual o papel de cada um nesse processo.

Vamos analisar algumas das causas dessa epidemia de obesidade?

O PAPEL DOS CUIDADORES NA ALIMENTAÇÃO DOS FILHOS: O papel desempenhado pelos cuidadores é extremamente importante. Eles influenciam diretamente o potencial genético da criança e seu ambiente imediato, tanto dentro como fora de casa. Assim, não é surpresa o fato das pesquisas encontrarem correlações de obesidade entre pais e filhos, particularmente entre mães e filhos (3-9) – e este último fato se justifica por serem as mães, muitas vezes, as principais ou únicas cuidadoras, e não por serem intrinsecamente mais relevantes.

OBSESSÃO POR CURVAS DE PESO NA PRIMEIRA INFÂNCIA: Muitos estudos sugerem que estilos de criação representam fatores de risco ou fatores preventivos/protetivos sobre a obesidade na infância. A forma como se alimenta uma criança, por exemplo, exerce um grande papel sobre a determinação do índice de massa corporal (10, 11). O pediatra espanhol Carlos González, em seu livro ‘My child won’t eat’ (12 – "Meu filho não come", ainda não disponível em português) diz algo muito libertador e que todo cuidador deveria ter em mente: Criança que tem comida em casa não morre de fome!’. Com essa frase, ele faz alusão ao medo desproporcional e por vezes irracional que muitos cuidadores têm de que a criança, embora estando alimentada, não esteja suficientemente nutrida, e que os leva, muitas vezes, a forçar a criança a comer, talvez uma persistente herança cultural dos tempos de guerra.

ASSOCIAÇÃO AMOR-ALIMENTO: Está tristinho? Toma um chocolate. Com depressão? Doce de leite. E, assim, constroi-se uma cultura associativa entre comida (especialmente as ricas em açúcares) e carinho ou acolhimento. Convém aqui falar sobre a capacidade (e talvez facilidade em alguns casos) que o ser humano tem de se viciar em qualquer coisa que lhe é prazerosa. Porém, o vício em se alimentar de maneira compulsivamente é muito difícil de lidar, pois não se trata apenas de prazer, mas também da necessidade de comer para viver. E quando se está acostumado a comer muito mais do que se precisa, a caminhada para uma alimentação mais saudável (menor quantidade e melhor qualidade) passa a ser dificílima…

CUIDADO DE AVÓS E OUTROS PARENTES: Muitas pessoas que atuam como cuidadores e que não são os pais possuem o hábito não recomendado de associar cuidado e atenção à comida. Talvez numa tentativa de suprir a ausência dos pais, ou de manifestar todo seu carino. No entanto, é importante reforçar: isso não é recomendável. Aí estará aberta uma porta para possíveis distúrbios alimentares.

PAIS AUSENTES X CULPA: Muito trabalho, muitos afazeres, e a culpa dos pais que não passam muito tempo com seus filhos é compensada por presentes e comida. 

FALTA DE PREPARO DE CRECHES EM TERMOS DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E EXERCÍCIOS FÍSICOS: Nos EUA, mais de 12 milhões de crianças passam o dia em creches ou escolinhas. Entretanto, nem todos estabelecimentos tem regulamentos para se certificar de que os alimentos servidos são saudáves e que há exercícios físicos regulares (15). No Brasil, esse número é de mais de 6 milhões de crianças (43). E  o cenário de falta de regulação sobre a qualidade da alimentação disponível é ainda pior.

FALTA DE LUGARES SEGUROS E ATRATIVOS PARA BRINCAR E SE EXERCITAR: Muitas comunidades não têm parques ou centros de recreação. O transporte público necessário para ir até esses locais não é barato e, muitas vezes, nem fácil. Ruas seguras para andar ou ir de bicicleta à escola? Ainda muito incipientes, praticamente inexistentes em grande parte das cidades brasileiras.

ACESSO LIMITADO A ALIMENTOS SAUDÁVEIS E COM CUSTO RAZOÁVEL: Muitas pessoas têm acesso limitado a comidas saudáveis, frutas, legumes, etc (seja na questão do acesso físico, seja no acesso à informação necessária para que possam fazer boas escolhas). Especialmente em comunidades com baixo poder aquisitivo (16). Isso está, inclusive, bem acentuado no documentário ‘Muito Além do peso’ (17). Além disso, famílias que vivem em áreas com grande número de estabelecimentos comerciais focados em alimentos menos saudáveis (como lojas de conveniência e fast food), também têm dificuldade em adquirir alimentos mais saudáveis.

MAIOR DISPONIBILIDADE DE ALIMENTOS ALTAMENTE ENERGÉTICOS E BEBIDAS COM ALTO TEOR DE AÇÚCAR: Dietas ricas em alimentos muito calóricos aumentam o risco de obesidade na infância (18,19), já sabemos disso. Bebidas com alto teor de açúcar são contribuições importantes para aporte calórico nas dietas das crianças (20) e, também já sabemos, esse consumo está associado com obesidade (21). Num dia típico, 80% das crianças e adolescentes consomem bebidas com alto teor de açúcar (22). Se já sabemos tudo isso, por que então continuam a anunciar para crianças? Se já sabemos, por que fingem que não sabem?

PORÇÕES DE COMIDA CADA VEZ MAIORES: Os tamanhos das porções de alimentos menos saudáveis aumentaram nos últimos tempos em restaurantes, supermercados e mercadinhos. Pesquisas mostram que crianças comem mais, sem perceber, quando são servidas porções maiores (23, 24), que ainda por cima são vendidas sob o manto do "mais por menos" (mais porcaria por menos dinheiro, é exatamente isso). 

FALTA DE APOIO PARA AMAMENTAR: Ah, vamos sim! Vamos falar sobre amamentação! Claro que vamos. Amamentação protege contra sobrepeso e obesidade infantil (25, 26), a ciência já mostrou. Entretanto, o Brasil ainda apresenta baixa taxa de amamentação exclusiva por 6 meses (27). Aumentar esse número passa por fatores como apoio familiar, apoio social, apoio de profissionais da saúde, coberturas de planos de saúde, empregadores e leis.

Vamos agora analisar algumas consequências da obesidade infantil:

Inúmeros estudos indicam que a obesidade na infância aumenta riscos de:

  • Hipertensão e colesterol alto, que são fatores de riscos para doenças cardiovasculares (28).
  • Tolerância a glicose desregulada, resistência a insulina e diabetes tipo 2 (29).
  • Problemas de respiração, como apneia do sono e asma (30-31).
  • Problemas nas junções músculo-esqueléticas (32, 33).
  • Doenças hepáticas, pedras no rim e refluxo (34, 35)
  • Problemas emocionais como depressão, ansiedade, outros transtornos de comportamento e problemas escolares (36-38).
  • Baixa auto-estima e baixa qualidade de vida (36, 38-40).
  • Distúrbios sociais, físicos e emocionais (36).

 

Um estudo com 4703 adolescentes entre 15 e 17 anos avaliou a possível associação entre obesidade na adolescência e ocorrência de depressão na idade adulta, e verificou se a situação socioeconômica e experiências subjetivas teriam um papel nessa associação (41). Esse estudo demonstrou que a obesidade estava positivamente relacionada a sintomas de depressão e vergonha, o que contribuiu para a associação entre a obesidade e a depressão. Isso mostra que o manejo da obesidade não deve se restringir a dietas e exercícios e, sim, a uma compreensão integral do ser humano, que não é aceito pela sociedade da forma como ele é.

Aqui, chegamos num ponto importante: se as crianças e adolescentes sofrem por serem obesas, se são culpabilizadas pela sociedade, se não são aceitas, se apresentam maiores tendências à depressão, fazemos uma pergunta: QUE TIPO DE AJUDA UMA EMPRESA ACHA QUE ESTÁ DANDO AO DEMONIZAR ESSAS PRÓPRIAS CRIANÇAS? Que tipo de contribuição é essa, que culpabiliza ainda mais as vítimas, que já são vitimizadas por essa sociedade gordofóbica, ao invés de considerar todos os fatores que expusemos acima, e que são, em conjunto, responsáveis pela epidemia de obesidade infantil que, sim, representa riscos importantes à saúde da criança? Que tipo de contribuição é essa que não fala de um grande promotor da obesidade infantil?

Muito bem. Deveríamos falar da responsabilidade dos cuidadores? Ok, já falamos. Deveríamos falar da falta de acolhimento? Falamos também. Da falta de infraestrutura pública que incentive as famílias a promoverem atividades ao ar livre com as crianças? Falamos. Deveríamos falar da responsabilidade dos pais, das mães, dos cuidadores, da escola? Também. Agora, vamos falar da responsabilidade de um segmento que muitas empresas "esquecem" (esquecem?) de mencionar. E que, no entanto, representa um dos maiores VILÕE$ na epidemia de obesidade infantil e que, além de não rever sua prática e sua estratégia, ainda se dedica a culpabilizar mães, pais e demais cuidadores – além das próprias CRIANÇAS (o que é de uma covardia sem tamanho) pela epidemia de obesidade que elas mesmas estão vivendo.

PUBLICIDADE DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS 

JAMAIS se pode excluir a culpa da publicidade sobre a epidemia de obesidade infantil. Jamais. Sob pena de estarmos eliminando da fórmula um de seus principais promotores. E, nesse contexto, devemos mencionar o ‘nag factor’. Como as crianças convencem seus pais a lhes darem comidas não saudáveis? Pelo que se conhece por fator nag (resmungar, exigir, amolar). E estão resmungando por que? Porque viram alguma coisa que querem. E viram onde? Dentro do armário de casa? Não. Na publicidade destinada a elas, às crianças. E que está por toda parte, estampada com personagens, com cores vibrantes e fortes (e artificiais) aromas.

Não dá para compreender o impacto da mídia na saúde das crianças sem considerar o ‘nag factor’. Nag é quando a pessoa pede algo e é negada, aí pede de novo, de novo, e vai mudando a estratégia conforme a resposta que obtém, até conseguir o que quer. ‘Nag factor’ pode ser compreendido como: ‘a tendência da criança que, bombardeada pelas mensagens da mídia, pede, pede, exige os produtos que viu com frequência nas propagandas’.

Há muitas pesquisas investigando quais são os fatores que influenciam na obesidade infantil e como atuam. em todas elas, é notório: sempre nos deparamos com a mídia que incentiva o consumo de junk food. Alimentos ricos em calorias, açúcares, sal, gordura e poucos nutrientes e que são jogados como bombas pela propaganda destinada justamente a quem querem culpar: as crianças e osadolescentes (13). E as propagandas de alimentos saudáveis? Elas existem? São praticamente inexistentes… Fica claro, assim, como está cada vez mais difícil para as crianças fazerem boas escolhas, escolhas por alimentos mais saudáveis, uma vez que estão constantemente expostas –  em casa, na escola, na comunidade – a ambientes que promovem o consumo de lixo disfarçado de alimento. Melhor tradução para "junk food".

É óbvio que não são as crianças que fazem as compras da casa. Então, como é que tantos itens destinados a crianças, e que são pouco nutritivos e hipercalóricos, acabam se tornando sua dieta principal?

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins Bloomberg (EUA) procurou entender de que forma as propagandas de desenhos animados contribuem de maneira tão acentuada para a epidemia de obesidade, no sentido de criar crianças que ‘exigem’ (nag) esses produtos (14). O estudo, publicado em 2011, examinou SE mães de crianças entre 3-5 anos tinham passado por situações assim e COMO lidaram com isso*. O estudo sugere que a familiaridade com personagens do comercial de TV estavam significativamente associadas com tipos específicos de ‘nagging’ (exigir a comida do personagem). As mães relataram que a embalagem, o personagem e os comerciais são os três fatores que mais influenciavam as crianças a pedirem os produtos. Dez estratégias para lidar com o nagging eram mais utilizadas: simplesmente desistir e dar o produto; manter-se calmo e consistente; gritar; ignorar; distrair; evitar o ambiente do comercial; negociar as regras; permitir itens alternativos; explicar as razões das escolhas; e limitar a exposição ao comercial.

Calma. Espera. Vamos recapitular uma coisa? Pergunta: quem são os principais cuidadores das crianças? As mães (sim, isso tem que mudar, inclusive porque nos sobrecarrega). Pois bem. Nova pergunta: quem as principais cuidadoras dizem ser os três principais influenciadores dos pedidos das crianças por comidas não nutritivas: EMBALAGEM, PERSONAGEM, COMERCIAIS. Deu pra entender?

Agora, voltando ao estudo, pergunta de 1 milhão de dólares. Qual estratégia você acha que o estudo indica como fundamental para lidar com a questão da obesidade na infância? É claro que não vale 1 milhão de dólares, do contrário as empresas de saúde suplementar falariam nela e não falam. A resposta: LIMITAR A QUANTIDADE DE PROPAGANDA DE COMIDAS E BEBIDAS EM COMERCIAIS DESTINADOS A CRIANÇAS.

Assim. Simples.

Portanto, não aceite de maneira crédula, com um simples olhar, uma campanha que foca na culpabilização das crianças e na vitimização dos pais. Ou na vitimização das crianças e na culpabilização dos pais. Não aceite nada que não considere a influência de outros aspectos. Porque isso tem mais cara de conflito de interesse e influência mercadológica da indústria de alimentos do que de uma campanha realmente preocupada com a saúde das crianças.

Campanhas furadas e lobos em pele de cordeiro têm a mil por aí.

Informação séria e sem a influência das indústrias… Aí é outra história.

NÓS DIZEMOS NÃO ÀS INFORMAÇÕES ENVIESADAS. NÓS DIZEMOS NÃO ÀS EMPRESAS DE SAÚDE QUE CULPABILIZAM CRIANÇAS, MÃES E PAIS.

 

Referências:

 

  1. DHHS, AIM for a Healthy Weight, page 5. http://www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/obesity/aim_hwt.pdf
  2. Snyder TD, Dillow SA, Hoffman CM. Digest 81 of education statistics 2008. Washington (DC): U.S. Department of Education, Institute of Education Sciences, National Center for Education Statistics; 2009. NCES publication number 2009—020.
  3.  L. Dubois, M. Girard. Early determinants of overweight at 4.5 years in a population-based longitudinal study. Int J Obes, 30 (2006), pp. 610–617.
  4. M.S. Faith, S. Heshka, K.L. Keller, B.R.D. Sherry, P.E. Matz, A. Pietrobelli, D.B. Allison. Maternal-child feeding patterns and child body weight: Findings from a population-based sample. Arch Pediatr Adolesc Med, 157 (2003), pp. 926–932.
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