Alô você!
… que precisa de um DIA DO ALGUMA COISA pra dar valor a quem você ama. Um dia das mulheres pra dar flores pra sua; um dia das mães pra lembrar com carinho dela; um dia das crianças pra levar as suas pra passear sem pressa ou cobrança; um dia dos pais pra fazer um almoço pra ele ou dizer que o ama; um dia dos namorados, pra ser romântico e fazer um programinha diferente; um dia do homem pra enaltecer o seu e dizer que homem tem, sim, o seu valor; um dia dos professores pra lembrar dessa profissão incrível; um dia do amigo pra dizer ao seus o quanto gosta deles…
Alô você que se encaixa em uma dessas categorias: tá mals, ãh?
Hoje logo cedo eu recebi umas mensagens lindas de alguns amigos que não vejo faz um certo tempo, mesmo morando relativamente perto. Esses são aqueles amigos que a gente não precisa ficar encontrando sempre pra saber que são amigos. São e pronto. Tem gente que é assim…
Aí ao longo do dia fui recebendo “alôs” de um monte de gente, via celular ou e-mail, desejando um feliz dia do amigo… gente que NÃO é meu amigo, diga-se de passagem. Com os amigos mesmo, os parceirões, a gente nem precisa desse tipo de formalidade. Amigo é amigo e ponto. Não precisa de um dia pra isso… E eu, transparentona que sou, sempre faço questão de dizer pros meus amigos o quanto eles são importantes pra mim. Sempre digo. Sempre escapa um “amo você” no meio de uma frase sobre margarina, roupas e até mesmo sobre o clima. Gosto de finalizar uma conversa com um “adorocê”, pra que não reste dúvidas. E é importante que as pessoas saibam o quanto são importantes pra alguém. Acho que quando é necessário baixar um decreto pra que alguma coisa bacana seja feita, a coisa vai muito mal…
Decreto pra não bater mais em criança?
Decreto pra que haja igualdade de direitos entre negros e brancos?
Decreto pra reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo?
Decreto pra ter um dia do amigo?
Se precisamos disso tudo pra olhar pra pessoa ao lado e ver nele um igual, uma pessoa querida, independente de sua idade, cor, credo ou preferência sexual, tá muito mal…
Pois saiba você que o dia do amigo foi internacionalmente criado em 1979, por um Decreto Lei, tendo sido idealizado por um argentino. E sabe qual foi a motivação dele? Comemorar os 10 anos de chegada do homem na lua. Pois é. Há exatos 41 anos, exatamente dia 20 de julho, o homem pisava pela primeira vez na lua… O idealizador do dia do amigo tinha, portanto, como objetivo, instaurar um dia para dizer mais ou menos o seguinte: olha, somos todos humanos, somos todos amigos, nada é impossível para nós quando estamos unidos. E aí ele quis criar um dia para que as pessoas pudessem se abraçar, trocar presentes e declarar sua amizade umas às outras.
O duro é que muita gente, nos dias de hoje, acha que é SÓ nesse dia…
Amizade por Decreto Lei. Ói que coisa…
Nóis aqui di casa, qui sêmo pobre e simprão, vivemos abraçando nossos amigos, damos presentes sempre que a conta bancária assim permite e declaramos nossa amizade com palavras e gestos.
Sinto saudade de amigos verdadeiros que vejo muito menos do que gostaria, mas com quem falo sempre. Pessoas como Tatá – um ser igual a mim; João – meu cumpadi véio de guerra; Mirtes – minha mentora; Silvana – parceira maracujeira; Livia e Pedro – cumpadis companheiros; e mais um par de gente. Todos estão fisicamente longe. E, mesmo que eu não fale com eles, eles sabem o quanto são queridos. Sem Decreto e sem nada.
Desejar “feliz dia do amigo” é muito bacana. Talvez por isso a data tenha seu valor. O ruim é deixar só pra esse dia…
A todos os meus amigos verdadeiros: FELIZ DIA DO AMIGO, RAPAZIADA! Amocêis… Mas isso eu digo sempre né?
Agora eu vou dar uma fugidinha ali, pro chá de bebê express da minha grande amiga Sil. Tão amiga, tão amiga, que conseguiu até me tirar de casa!