Enjôos.
Tonturas.
Dores de cabeça.
Dores nas costas.
Indigestão.
Vontade exacerbada de comer doces.
Insônia ou hipersônia.
Vontades repentinas de comer uma coisa específica.
Muita fome.
Dores nos dentes.
Aumento da sensibilidade emocional.
Responda rápido: são sintomas do que?
Errou se disse gravidez.
São sintomas de uma condição chamada Síndrome de Couvade. Já ouviu falar? Provavelmente já tenha ouvido sim, embora não com esse nome…
Em termos simples: é quando o grávido, o homem que está esperando o bebê junto com sua mulher grávida, passa a sentir alguns dos sintomas que ela sente. Sem qualquer tipo de brincadeira ou bla bla bla.
O mais interessante é que, além dos sintomas físicos, que mencionei acima, também estão presentes sintomas psicológicos.
Esses dias me toquei que estou ouvindo aqui em casa as queixas que citei no início, repetidas vezes.
Dores de cabeça, dores nos dentes (em ambas as arcadas, uma dor meio difusa), vontade constante de comer, loucura por doces, dores nas costas, dores abdominais… Meu namorado está sentindo isso há algumas semanas.
Fui procurar explicação para isso, conversei com algumas pessoas, li alguns artigos e pimba! Síndrome de Couvade.
Achei adorável isso…
O pico dos sintomas acontece, geralmente, no terceiro trimestre da gravidez, quando ela já vai chegando nos finalmentes, e tendem a desaparecer com o parto. A causa exata ainda não é conhecida, embora seja vista como uma expressão somática da ansiedade do pai que espera o bebê. Também tem a ver com o nível de ligação do grávido com a grávida.
Isso é que é legal… E, na real, eu acho uma coisa bem bacana.
Porque muitas vezes, durante minha gravidez, eu pensei que é um tiquinho injusto esse negócio de só nós, mulheres, sentirmos nosso filhote crescer aqui dentro, mexer, tremer, ter soluços, dar uns trancos. Afinal, os filhotes só foram possíveis graças a um trabalho beeeem conjunto, digamos assim. E eu fico pensando que eles também deveriam ter o direito de sentir gravidez… Então vai ver que a natureza deu o seu jeitinho, com esse lance da Síndrome de Couvade. Lógico que não tem muita comparação, mas não deixa de ser um jeito de participar, de sentir na pele.
Ai que lindo né? (essa gravidez me deixou boba, boba…)
Bem, diferentes autores afirmam que os sintomas físicos alternam com períodos de instabilidade emocional e sensações de bem estar e, na maioria das vezes, não requerem tratamento. É um fenômeno involuntário, ou seja, o grávido não escolhe ficar assim, ele simplesmente fica.
As estatísticas indicam que um número muito grande de homens sentem esses sintomas e que é maior a incidência quanto maior a ligação emocional que eles desenvolvem com suas grávidas.
Um autor chamado Masoni, inclusive, disse, em 1994, junto com seus colaboradores, que “o pai moderno (…) procura um ritual individual para aceder ao seu estatuto de paternidade“. E outros, ainda, dizem que é “uma forma de os homens poderem participar mais completamente do ciclo do nascimento“.
Não, não gosto.
Isso aí me lembra aquela teoria psicológica (freudiana?) de “inveja do pênis”. E aí me permito fazer um adendo, saindo um pouco do assunto Couvade.
Inveja do pênis, minha gente?!
Como um ser nascido com um útero, duas glândulas mamárias e uma intuição invejável, como nós mulheres, vamos ter inveja do pênis?!
Mas que ideia…
Quem acha isso talvez não tenha tido a linda experiência de ter o pai do seu filho ajoelhado no tapete da sala, pra ficar da altura da sua barriga quando você está deitada no sofá, falando minutos seguidos com a sua filha, chamando ela de “minha filhota”, de “filhinha do pai”, de “amor da minha vida”.