Coisas de uma vida gravidesca ou amamentesca:
– Cerveja. Sem ácool.
– Café. Descafeinado.
– Leite. Sem lactose.
Aí, de manhã, peço pro namorado: “Amor, me traz um copo de café com leite, por favor? Ah, leite daquele sem lactose e café do descafeinado”
E ele: “Ah sim, adoçado com açúcar desaçucarado, com um pãozinho despanificado, com queijo desqueijado e presuntinho despresuntado, xá comigo”.
É, companheira, não tá fácil pra ninguém…
Termos e expressões de uma vida gravidesca ou amamentesca:
– colostro
– mecônio
– puerpério
– vérnix
– lanugo
Aí vem o namorado, explicando – orgulhoso – logo após o parto:
“Que bom que tá saindo bastante mecônio do peito, né amor? E que ótimo que a Clara tá liberando o colostro”.
Oi?
Pois é, agora somos bilíngues.
Ah, sim. Tem uma que não pode faltar.
Nós não conseguíamos falar PUERPÉRIO. Na hora de falar, sempre dava uma travada, uma esquecida, um branco. Já saiu até: “A Ligia está no PAUPÉRRIMO”. Não deixa de fazer sentido. Tô mesmo. Num puerpério paupérrimo. Mas tudo bem, vamos que vamos.
Baladas de uma vida gravidesca ou amamentesca:
– Rave do nana nenê (“Nana nenê, que a Cuca vem pegar…”, coitadinha da criança, perseguida pela Cuca)
– Lounge do pintinho amarelinho (“Mas tem muito medo do gavião” pode trocar por “ele é o amiguinho do meu coração”. Porque, né? Sem essa de botar medo na criança).
– Happy hour do Cocoricó (“Tá na hora do Cocoricó, tá na hora da turma do Júlio”, essa aprendi há pouco)
E no sábado a noite, a balada rolando solta na sala de casa, com revezamento Clara-por-dois. Eis que ela dorme. A família, que nem católica é, faz a saudação: “Sangue de Jesus tem poder!”, com direito a dancinha comemorativa do casal no meio da sala. E o pai diz, como quem declara um ato ilícito: “Sabe o que eu vou fazer? Vou radicalizar. Vou abrir uma lata!!!”. Abre a lata como quem pode tomar um choque de 570 volts, pra não fazer barulho e acordar o bebê. E o bebê se mexe. Lá vai a mãe exorcista, com a mão estendida em cima do bebê, proclamando: Em nome de Jesus, não acorda! E o bebê continuar a dormir. A fé move montanhas… Conseguimos.
E, sabe, estava aqui pensando.
Acho que vou organizar um evento nas noites de sábado para pais e mães que têm bebês em casa mas estão loucos por uma baladinha interativa, um bate papo com outras pessoas num sabadão a noite. Uma balada ex-clu-si-va para casais com bebês novinhos, com lugar pras mães amamentarem enquanto batem um papinho, pro pessoal interagir. Um churrasco, uma pizzada caseira, alguma coisa assim… Podia ser quinzenal, por exemplo.
Cena de “Mulheres à beira de um ataque de nervos”. Mais ou menos isso, digamos… |
As famílias se divertiriam, criariam laços, os bebês estariam protegidos no quentinho, as mães teriam um momento pra se arrumar e sair, as demais crianças da família poderiam brincar, enfim. Não tem o CineMaterna?
Então. Esse seria o BaladinhaMaterna. Seria bom…
E, lógico, não faltariam os itens importantes:
Cerveja. Sem álcool.
Café. Descafeinado.
Leite. Sem lactose.
Mas se me inventarem o churrasco desachurrascado, a picanha despicanhizada ou a linguiça deslinguiçada, eu juro: MATO UM.