Quando a gente vira gente autopensante, autolimpante e autoignorante, vira hábito dizer: “Não sou perfeito, ninguém é perfeito!”, pra justificar algumas cagadinhas. Desculpa gente, mas tá errado isso aí. Tem gente perfeita sim, senhor!
É claro que tem!
Clara é PER-FEI-TA.
Não é corujice de mãe, não. É constatação médica, dada pelo exame de ultrassonografia morfológica que fizemos dia 30 de março, terça-feira. Aquele mesmo, que me fez perder o sono e a calma dois dias antes, pensando se minha filhinha seria perfeitinha ou não… Quem nunca?
O exame foi feito por um médico muito bom, que me fez sair da sala tranquila e confiante, sem qualquer tipo de terrorismo. O nome dele: Dr. Ricardo de Assis… Aquelas coincidências que parecem acontecer pra deixar a história mais interessante – como se a história da concepção e gestação da Clara fosse pouco interessante já…
Começou pelo crânio, e tava tudo lá, lindo e perfeito: tálamo, hipotálamo, cerebelo, dois hemisférios simétricos, caixa craniana íntegra. Depois vieram as órbitas oculares, a distância entre os olhinhos, o osso nasal, tudo certinho tudo lindo. Coração com 4 cavidades perfeitinhas – que deixou o papai bem mais tranquilo, porque ele estava com medo disso – com os ventrículos bem separadinhos pelo septo. Valvulinhas funcionantes e bem sincronizadas. Coração lindo da mãe…
Estômago, rins, bexiga, tudo direitinho. Coluna vertebral íntegra, única, sem alterações. Assim como o palato, sem fenda, tudo lindo e íntegro. Pedimos pro médico contar todos os dedinhos – não sei o que acontece, que todo mundo da família tem coisa com o número de dedos. Contar o número foi recomendação do papai, da mamãe, da vovó e da madrinha… Mas tava lá, nada a mais, nada a menos: 5 dedinhos minusculinhos em cada mãozinha e pezinho. Quem nunca também?
Ok, um adendo. Dizer “pezinho” não está certo. Ela tem um pezão gigantesco. Mas, pensando bem, não é tão gigantesco assim, se considerarmos todo o tamanho da nossa filha. Ela tem 5 meses e meio aqui dentro da minha barriga. Era para ter 20 cm e 450 gramas – digo, essas seriam medidas médias. Mas Clara tem 29 cm!! E 550 gramas!! Grandona. Talvez por isso eu esteja com essa barriga enorme, aos quase 6 meses de gestação.
A realização desse ultrassom foi de enorme, enorme, emoção. Eu deitada, médico do lado direito, papai do lado esquerdo e tela na minha frente. E a gente lá, medindo até o perispírito da Clarinha.
E aí eis um momento que, depois de declarada sua perfeição anatômica e fisiológica, pra mim teve maior significado: eis que o médico aponta o rostinho dela… “Olha ela ali: narizinho, boquinha e queixinho, com o bracinho em cima dos olhinhos”. Que momento! Daqueles que vão ficar pra sempre tatuados em você, sabe?
O pai da Clara levanta da cadeira, vai até a tela e diz, empolgado: “Olha aquele narizinho! Agora olha esse narizinho (e aponta o meu). Olha aquela bocona, agora olha essa bocona (apontando para a minha). Olha aquele queixo, gente! Agora olha esse (o meu): mas é você ali!” Foi quando me dei conta mesmo… ela se parece comigo… Naquela hora eu não chorei não, daqueles choros que a gente chora. Mas meus olhos se encheram de água, foi um choro interior. Minha filha se parece comigo… Quando eu conto pras pessoas, todo mundo acha que é maluquice de mãe de primeira viagem. Mas aí eu mostro as fotinhos do ultrassom e todo mundo concorda admirado.
Clara tem um narizinho desse meu assim, arrebitado, com jeito de gente que finge que é nojentinha, sabe? E a boca… O que é aquela boca?! É bocona larga como a minha! E com os bracinhos nos olhinhos, fazendo suspense sobre se vai ter esses meus olhinhos puxados ou os olhos redondos do papai.
Toda mãe deve dizer isso, toda mãe. Mas Clara é coisa mais linda. É coisa linda demais.
Outras informações também me deixaram muito, muito satisfeitas: está descartada a possibilidade de pré-eclampsia e eu tenho bastante líquido aqui dentro do meu útero, o que dá indícios muito bons sobre esses últimos 3 meses de gravidez, o que também leva a crer que vai dar tudo certo para o parto domiciliar! E vâmo que vâmo! Crescer para a frente, e avante!
Eu já recebi um monte de e-mails perguntando sobre o ultrassom desde que o fiz e mais um monte de amigo já me telefonou pra perguntar: e aí, minha filha? Cadê notícias da Clara, que você não postou?!
Então selecionei as melhores imagens, que dão uma ideia melhor de como ela está.
Então tá. Com vocês, ela.
Aqui, Clarinha de perfil e boquinha aberta. Ela abriu e fechou a boca muitas vezes durante o ultrassom, para deleite da plateia.
Essa é a que eu mais gosto: rostinho da Clarinha de frente. Bracinho escondendo os olhinhos, narizinho, bocona e queixinho.
Sim, pefeita.
Posso dormir tranquila agora…
Ela vem chegando… e feliz vou esperando. A espera é difícil. Mas eu espero sonhando. Pois um amor é uma rosa. Uma rosa é uma flor. É um amor essa menina. Essa menina é o meu amor…