Era uma vez um tapete de algodão cru e uma estante de madeira de reflorestamento, cheia de obsoletos CDs – que estão ali com os dias contados -, porta-cds com formatos inusitados de sapo ou sanduíche, caixa de incensos, uma caixa LOTADA de dvds de filmes que gostamos, um livro do Pasquim e um da Mafalda, uma caixa-cofre de madeira que nunca mais se abriu. Tudo vivia ali na mais monótona vida, sem emoções, sem sobressaltos. Pacato, pacato, chato até…
Até que um dia, um evento misterioso aconteceu.
A vida dos tristes objetos foi sacudida, revolucionada, remexida!
Os dvds de filmes se libertaram! “Livres, livres, estamos livres!”
O brinquedo de madeira emprestado pela Gabi, que foi da Bebel e do Bento, se libertou de sua posição tradicional! “Estou de ponta cabeça agora! Chega de estar sempre do mesmo jeito!”
O brinquedo cheio de luzes emprestado pela Nani, e que é da Lelê, ficou ali no meio, perdido, se sentindo amedrontado! “Onde está a ordem?”, ele perguntava, incrédulo…
Uma vida confusa, porém alegre, foi apresentada a eles!
O tapete, o pobre tapete anteriormente tão mortinho, ganhou vida!
Mas que misterioso evento foi esse que trouxe vida a um lugar antes tão desinteressante?
Depois de analisar as evidências, colher dados, recorrer a referências atuais, cientistas locais chegaram ao fenômeno causador…
… que, serena e contemplativamente, admirava sua obra, que tanta alegria,
movimento e charme trouxera para o local.
“Tá bom, mãe, tá bom. Eu deixo tudo arrumadinho travêis…”
A primeira baguncinha a gente nunca esquece…
Fiquei tão orgulhosa…
Quero ver quanto tempo vai durar essa de orgulho.