Eu não sou assim muito quietinha. Sempre que pude, sacolejava por aí. Sempre que posso, continuo sacolejando. Não tenho medo de muitas coisas – bom, pelo menos antes de ficar grávida. Já subi em antena de tv, já andei de moto no meio do temporal, já mergulhei em lugar que tem tubarão (ahá, essa parece mentira…), já fiz estágio em zoológico, dando comida para os animais, caí de moto e quebrei uma costela, já fiz muita coisa maluca. Mas, na vida inteira, embora esteja agora com o joelho meio vesgo, nunca tomei um pontinho sequer. Nenhum ponto. E morro de medo de tomar ponto. Acho que é também por isso que quero encarar o parto normal (entre outros motivos mais importantes): porque não quero tomar ponto. Ficar em hospital então, pufffff, nunca tinha ficado na vida. Aliás, detesto hospital. O que deve ser uma coisa comum, porque não deve ter gente por aí amando ficar em hospital – gente boa da cabeça, eu quero dizer…
Eu D-E-T-E-S-T-O hospital. Clínica, hospital, qualquer coisa que lembre a remota possibilidade de ter um problema de saúde.
Mas, como tudo na vida tem sua primeira vez (frasezinha lazarenta…), fui internada pela primeira vez. Credo… Não quero mais, não gostei da brincadeira. Sábado passado acordei super bem. Em questão de 1 hora, estava com um febrão louco, calafrios e dores horrorosas pelo corpo – inclusive no abdome. Corremos para o hospital e lá fui eu pra internação.
Não tenho muito, quer dizer, nada do que reclamar. Hoje faço parte da ínfima minoria dos brasileiros que tem acesso à saúde, por ser privada. Mas só hoje também, porque há pouco tempo também não possuía assistência particular à saúde. Então estive internada em um bom lugar, com um ótimo atendimento, de forma a minimizar o horror que tenho de hospital e afins.
Bom, o motivo: infecção urinária que, em grávidas, toma uma proporção maior e pode virar uma infecção renal, além de poder induzir ao parto prematuro e, como disse o excelente médico que me atendeu (Dr. Luis Henrique), se eu tivesse um parto prematuro agora, a Clarinha não teria nem chance. Um adendo: é com muito felicidade, muita mesmo, que tenho recebido e-mails de pessoas que encontraram o blog em buscas pela internet e acabaram lendo e acompanhando. Fico super feliz com as mensagens, nossa! Tudo começou como uma brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo…. hehehehe. Três mensagens nessa semana me deixaram mais feliz ainda: mulheres grávidas como yo, dizendo que adoravam os textos acadêmicos que eu anexava aqui e que, por lerem meus depoimentos, estavam se animando em montar um registro pros seus bebês, mais ou menos isso… Ai que feliz! Bom, então nesse espírito, e sabendo que esse negócio de infecção urinária é mesmo muito comum na gestação, e SÉRIO, vai aqui um artigo sobre infecção urinária na gravidez, é só clicar aqui. A minha infecção foi por E. coli, uma bactéria comum no trato gastrointestinal, mas que durante a gravidez, já que ocorrem muitas modificações no organismo, ela acaba predispondo à infecção, sintomática ou não. É bem comum mesmo, tanto que, nesse artigo, 75,8% das infecções identificadas nas grávidas monitoradas foram em função da presença desse serzinho aí…

Bom, fiquei esses dias lá no hospital, esperando a melhora, que graças a Deus veio logo… Fiquei de sábado à segunda a noite internada, mas tive alta e estou melhor, de volta à ativa.
E, melhor, Clara está ótima. Tá aqui, chutando meu baço enquanto escrevo, hehehehe
Agora estou tomando antibióticos ainda e tomando litros e litros de água por dia, coisa que, realmente, não tinha muito o hábito de fazer.
Aí ontem fomos na médica, para mais uma consulta do pré-natal.
Mamãe e filhinha supimpas!!
E o papai batedo fotos, achando que a imprensa havia sido convocada… Mas vale a pena porque, assim, como ele mesmo disse, a gente documenta tudo pra Clarinha…
Coração da Clara: 152 batimentos por minuto! Super forçudo! A extra-sístole se foi, não teve nem chance pra ela, que é uma bebezona fortona!
Mamãe também engordou, aháá! Nada assim taaaaanto também, venhamos e convenhamos, considerando a estrutura óssea dessa que vos escreve. 7 quilos desde o início da gravidez (1 e meio a mais do que os médicos dizem ser necessário, o que eu também não concordo tanto, porque cada mulher tem um organismo diferente… 1 quilo por mês para uma magrelinha miúda que pese 50 quilos é uma coisa. 1 quilo por mês para uma grandona, de estrutura óssea larga e tal, é bem outra…). Mas nem tomei muita bronca da dotôrinha (aliás, mais uma babada pra minha médica, show de bola! Ô que querida que ela é… Explica tudo, com embasamento científico – adoro quando ela começa “Estudos indicam que tantos por cento disso….” – me tranquiliza, diz a real de tudo e ainda – para admiração geral da galera – discute o comportamento da dirigente do Flamengo com o pai da Clara! Ahhh, fala sério? Ela é show demais… nem me importo de esperar 2 horas pra ser atendida por ela, vale a pena…).
Bom, quê mais?
Ah, sim.
Mamãe não tem anemia nem qualquer coisa ruim… Tá bem de saúde, é só terminar de curar essa infecçãozinha. E tomar uma vitamininha C pra dar um up no sistema imunológico e vâmo que vâmo.
Bom, essas são as atualizações do Fabuloso Mundo de Clara, que também é o meu fabuloso, incrível e surpreendente mundo. Clara tá aqui chutando, dando uns cutucões na mãe enquanto eu escrevo.
Talvez mostrando pra todo mundo que ela também participa, ativamente, do blog!

No espírito do “registrando o Fabuloso Mundo de Clara”, fotinhos pra gente!

Aqui, Dra. Ju tentando ouvir o coração da Clara. Ai, esse momento é mais tenso que os segundos que antecedem a cobrança de pênalti em final de Copa do Mundo… Mas depois, é uma alegria infinita…


E aqui, o papai registrando a cara da gordinha tentando ouvir o coração da filha!

Esse mundo de Clara é mesmo fabuloso…
(PS: minha mãe fez uma correção no texto… disse que eu já fiquei internada sim, quando era pequena, muitas vezes. Bom, eu não me lembro mesmo. Essa informação ficou armazenada na área do véio alemão, o Alzheimer, vai ver…)

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