Pra quem leu o post anterior e já sabe a linda história que estou vivendo, aqui vai a continuação.
Já se passou um dia desde que tudo começou e as doações das mães da lista de discussão sobre parto humanizado e maternidade consciente não pararam!
Que bom, porque quando fomos comprar as passagens hoje, cadê a promoção que tava ali?! O passageiro ao lado comeeeeeu.
Só sobraram as passagens-facada…
Aí essas doações adicionais vieram com força total.
Conclusão:
Representaremos um grupo de mães ativas e conscientes de Florianópolis, com seus filhos, que lutam pela humanização do parto, pelo respeito à mulher, pelo direito que todas as mulheres precisam saber que têm de serem respeitadas no momento mais especial de suas vidas. Isso exatamente no momento em que o curso de Obstetrícia da USP passa por problemas com relação ao registro dos profissionais formados e pode deixar de existir…
Pra mim, tão especial quanto a mobilização que houve e a confiança que foi depositada em mim é o seguinte:
“- Clara, quando você viajou de avião pela primeira vez?
– Ah, tia, foi quando eu tinha 8 meses. Fui pra SP com a mamãe.
– Ah é? E o que você foi fazer lá?
– Eu fui ajudar a mamãe a dizer pros tios: olha gente, lá em Floripa tem mamães muito preocupadas em acabar com essa coisa feia de judiar das mamães dos outros quando eles estão nascendo.
– É mesmo, Clara?
– É, tia. E a gente levou um monte de filminho pra eles verem, dos bebês nascendo felizes.
– E foi a mamãe quem organizou essa viagem, Clara?
– Mais ou menos, tia. Ela queria ir mas não tinha dinheiro. E daí a tia Sheila, mãe do meu amigo Caetano, deu a ideia de fazerem uma vaquinha. E daí a tia Lucíola, mãe do meu amigo José, deu até um brinquedo que ela fez pra fazer leilão. Daí as mamães dos meus amiguinhos que nasceram felizes começaram a ajudar, porque elas não gostam que outras mamães fiquem tristes na hora dos seus filhinhos nascerem… E daí elas compraram a passagem da gente e daí a gente foi…
– Nossa Clara, que história linda!
– Eu também acho, tia. Quando eu crescer eu quero ser como essas mamães. Porque a gente que nasceu assim feliz tem ideias muito legais. Eu tenho duas amiguinhas, por exemplo, que quando crescerem vão ser parteiras que chegam à cavalo na casa das pessoas…
– De onde você tirou isso, Clara?!
– Ué, tia! Tá lá no documentário sobre os bebês que nascem felizes. Você ainda não viu? É muito bonito, eu fico até emotivada…
– Você quer dizer ‘emocionada’, Clara…
– Ah, tia, não sei. Quis dizer que fico com uma vontade de sorrir e de dar um beijo na mamãe. Ah, tia, quer ver o comprovante dessa primeira viagem da minha vida? Eu guardo pra sempre. Taqui ó. Ó que bonitos!”
Ah sim, não posso deixar de dizer.
No dia da mentira, contei a verdade pros meus parceiros de trabalho, a quem devo satisfação, e pedi autorização pra me ausentar na próxima quarta-feira.
Eles me apoiaram totalmente!
Trabalhar com gente esclarecida e com visão aberta é OOOOOutra coisa…