Hoje foi um dia muito emocionante.
Foi dia do VI Bazar Coisas de Mãe, como eu disse na postagem anterior. Esse Bazar marca uma nova temporada nas nossas vidas. Foi um retorno às origens, porque o fizemos no mesmo lugar onde tudo começou, a exatos 9 meses atrás.
Simbólico, né?
Demoramos 9 meses desde sua criação até termos um local para atender famílias, gestantes e mulheres.
E, pensando bem, não poderia ter levado outro tempo que não 9 meses.
De todos os bazares que nós já fizemos, esse foi, para mim, o mais emocionante, o mais aproveitado. Pra mim e pra Clarinha. Não houve, até hoje, um bazar que ela tenha curtido mais. Com certeza em função da idade. Esse mês ela fará 1 aninho e já aproveita coisas que não tinha como aproveitar antes…
Hoje ela engatinhou por todo o espaço do Bazar, brincou com as crianças, dançou, cantou, tocou pandeirinho, sorriu muito e conversou um monte. Viu amigos que ela está acostumada a encontrar sempre, os bebês-amigos, que também estão se transformando em pequenas crianças andantes e falantes.
Isso é muito emociontante. Escrevo esse post com os olhos cheios d’água. Porque é muito gratificante, muito especial, acompanhar o crescimento de tantos bebês. Tantas crianças. Existe um grupinho de mais ou menos 20 crianças que sempre vão, filhos das parceiras, das mães expositoras ou dos amigos que sempre comparecem. Eles já se conhecem e, o mais legal, se reconhecem. Crianças que andavam apenas nos slings dos pais no início do Bazar e que hoje ensaiam os primeiros passos – ou já os dão com segurança.
Com a Clara tem sido assim…
Quando nós começamos o Bazar, há 9 meses atrás, Clara tinha apenas 2 meses de vida. Era um pintinho quase ovo. Olha ela aqui, no primeiro Bazar, dormindo no meu sling enquanto eu recebia as mães e as famílias que chegavam, junto com minha amiga (tão querida!) Sheila.
E hoje, ela é um pintinho quase franguinho… Hoje eu dei almoço pra ela ali mesmo, no espaço do Bazar. Ela comeu a comidinha de mini-pedreiro dela, cheia de sustância, que ela ama: arroz, feijão, carninha, brócolis. Quando começamos, ela só mamava no peito. Hoje ela ainda mama (olha que bom! Nós conseguimos, filha!), mas manda ver no prato de arroz e feijão. Depois de almoçar, eu a soltei no chão e ela, bem segura e familiarizada com o movimento, saiu engatinhando em direção a uma caixa de instrumentos que o grupo TIC TAC TUM, de “Cantação” de Histórias, havia posicionado ali para a apresentação – QUE ELA AMOU! Aliás, recomendo a todo mundo de Floripa esse grupo: que coisa mais sensacional! Uma família tocando, cantando e contando histórias, enquanto as crianças ficavam bem à vontade para pegar instrumentos e acompanhar. Uma festa! Clara logo se interessou por um pandeirinho. Eu vendo de longe, enquanto trabalhava, minha filha pegar sozinha o pandeiro, depois de engatinhar até lá, e começar a tocar e a dançar. Não me contive: larguei tudo e fui lá ficar com ela. Sentei no chão, a apoiei pelas costas e dá-lhe tocar pandeiro, maraca, chocalho, tudo! Eu a amparava para que ela não caísse de costas quando se sacudia de pé, dançando. Gritando de euforia. Batendo palmas e abraçando os amiguinhos. Um filhote de hippie! Bem linda, bem feliz, cheia de amigos em volta! Foi difícil curtir e registrar ao mesmo tempo, já que esse também foi o primeiro bazar que fui sem o pai dela. Então além de trabalhar e cuidar do meu pintinho, eu ainda tive que me virar em três pra registrar aquele momento tão especial. Mas consegui alguma coisinha, olha que lindo!
Foi uma tarde encantadora e memorável, e não só porque minha filha aproveitou muito, nem porque os filhos dos amigos também aproveitaram muito. Mas, também, porque os novos filhos dos novos amigos também foram conhecer o Bazar. E aí eu conto um momento de mais emoção ainda pra mim. O Theo, filho da Déia e do Oscar, foi conhecer o Bazar e a turminha! Ele chegou do mundo dos bebês há poucos dias, num lindo parto domiciliar. Déia foi corajosa, enfrentou o medo, teve garra e foi até o fim. E CONSEGUIU! Eu conheci a Déia e o Oscar também por causa do Bazar, porque ela esteve lá no último, bem barriguda, foi sorteada e ganhou uma cesta de produtos das mães expositoras. Nos falamos diversas vezes por telefone, até que conseguimos nos encontrar para entregar a cesta. Eu, meu marido, Clara, ela – com o Theo ainda na barriga – e o Oscar ficamos de prosa um tempão. Gente muito querida. Depois eles vieram aqui em casa pra nossa festa junina e eu aproveitei para incentivá-la um monte, para dizer aquelas coisas que eu sei que são importantes de serem ouvidas quando estamos na reta final de uma gestação. Hoje ela chegou toda sorrisos, com aquela cara de mãe poderosa, com seu filhotinho piquititico dormindo no sling. Eu levantei, dei um abraço nela e disse pro Theo: “Theo, querido, seja bem vindo”. E foi quando a Déia me disse que, logo após o nascimento dele, ela me telefonou, mas eu infelizmente não atendi (devia estar amamentando, ou trocando fralda ou fazendo dormir). E ela disse: “Eu fiz questão de te ligar pra dizer que tinha dado tudo certo. Você foi a primeira pessoa para quem eu liguei pra contar que o Theo tinha nascido”. Aí eu, esse ser com cara de brava e um coração mais mole que parafuso na areia, comecei a chorar… F
oi muito forte isso, muito significativo. Saber que se contribuiu dessa maneira para que alguém se sentisse mais confiante e tranquila é uma coisa que não tem valor mensurável ainda… Eles, ela e o marido, disseram que se lembraram da gente em muitos momentos do parto. Já pensou? Uma família está recebendo seu filho e lembra de pessoas que acabaram de conhecer? É realmente de emocionar mesmo…
Bem, por tudo isso e ainda mais é que eu amo organizar os bazares junto com a Sheila.
Sem falar que eu não poderia ter encontrado uma parceira mais bacana.
Eu e ela somos o oposto uma da outra. A Sheila brava sou eu de bom humor, digamos assim. Ela é bem tranquila, e eu sou ligada no 440. Ela é comedida, e eu sou estourada. Mas quando a muié fica brava, até que a gente fica bem parecida! Somos opostas e, justamente por isso, altamente complementares. Sempre pensamos as mesmas coisas, e geralmente as pensamos junto. Uma termina a frase que a outra começou.
Juntas, criamos um evento que reúne mulheres que, mais que parceiras de trabalho, já se tornaram amigas. Frequentamos as casas umas das outras, trocamos ideias, sugestões, dicas, somos amigas.
É com muito orgulho, inclusive, que eu digo que 80% da festa da Clara está sendo feita com a ajuda delas: uma fez as toalhas, a outra as lembrancinhas, outra ainda o bolo e assim por diante.
9 meses de bazar, 9 meses trabalhando com mães, 9 meses recebendo mães e famílias e vendo as famílias se desenvolverem. 9 meses vendo a minha filha crescer junto com nosso trabalho.
Quem diria que eu, que já busquei emoção de tantas formas, fosse encontrar a maior delas me tornando mãe…
PS: hoje foi o primeiro dia em que Clara chegou de algum lugar tão cansadinha que dormiu no carro, o pai a pegou dormindo, a colocou na cama e ali ela ficou… sem nem jantar. Capotou de tanto brincar. Coisa mais linda…