Na semana passada, uma pessoa muito sabiamente escreveu uma frase que tem ressoado em minha mente desde então, não somente porque é realmente bela, mas porque contém exatamente o meu sentimento.
Ela, a Sarah, disse, a respeito de um relato sobre uma situação muito dolorosa vivida por uma companheira:

Só posso dizer que a dor de uma mulher é a de todas e eu partilho dessa dor como se fosse minha, porque é de uma irmã minha

E no momento em que escrevo, sinto exatamente isso: sinto dor pelo que está vivendo uma irmã minha, que espera seu filho de 2 meses se recuperar de uma cirurgia cardíaca feita esses dias. Sinto dor e angústia, porque essa deve ser uma das maiores provações pela qual passa um pai e uma mãe.
Ter filhos é precisar estar preparado para ser forte nas horas em que estaríamos mais frágeis, é encontrar forças que você nem sabia possuir, é exercitar seu poder de confiança no fluxo natural da vida, é amar demasiadamente a despeito das inúmeras possibilidades futuras.
Mas ter filhos também é se tornar “mãe-alheia”: saber se condoer pela angústia de outra, em função da facilidade de conseguir se colocar em seu lugar; saber sentir a dor de uma criança como nossa, assim como a de sua mãe. Ter filhos é, também, se tornar um pouco mãe dos filhos alheios. Por isso a violência infantil nos agride e choca, por isso tentamos combater as formas autoritárias de educação por meio da conscientização e do esclarecimento, por isso pedimos conselhos, por isso damos conselhos, por isso algumas discussões surgem, porque queremos, às nossas maneiras, ver criançcas sendo criadas com a maior dose de amor possível.
Mães formam uma rede muito mais poderosa do que podemos imaginar, e tenho vivido múltiplas experiências que somente comprovam isso. E é uma pena que, enquanto umas se apoiam e se sustentam, outras fiquem se degladiando como xiitas e sunitas pelo domínio do mundo islâmico, ou pela verdade absoluta sobre o bem-maternar, como se o absoluto pudesse existir de alguma maneira…
A única coisa que eu conheço de absoluta é essa capacidade infinita que temos de amar essas crianças que chamamos de filhos. Sejam os nossos, sejam os de nossas amigas e companheiras. De resto, é tudo muito relativo.
Nesse momento, tudo o que eu quero – se eu puder querer alguma coisa – é que o Francisco se recupere logo e volte pra Floripa com sua mãe e seu pai. Tudo o que eu quero é que essa mãe tenha seu coração acalentado pelo recuperação do seu filho. E seria ótimo que você torcesse por eles também.

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos” – Bezerra de Menezes


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