“É preciso uma aldeia para educar uma criança“.
Com essa frase, Andréia encerra o relato da sua história, que está publicada abaixo.
Estou muito emocionada com a participação dela nessa seção do blog, por inúmeros motivos.
Andréia é uma querida amiga com quem tenho a honra de me relacionar há alguns anos – poucos, já que são poucos também os anos da minha experiência como mãe.
Meu relacionamento com ela, embora restrito ao mundo (nada) virtual – já que ela mora nos Estados Unidos e eu aqui no Brasil – começou ainda na minha gravidez e foi se estreitando.
Até que um dia eu recebi a visita de um amigo de longuíssima data, um dos meus “padrinhos” de faculdade, criador do apelido que me acompanha (felizmente) até hoje, que, em função da forma de maternar que me interessava e dos meus novos interesses, me disse: “Você precisa conhecer uma das minhas melhores amigas, que hoje mora fora do país, a Andréia”.
Mas eu já a conhecia…
Andréia e eu temos vários, vários, pontos em comum.
Mas acredito que um dos principais seja a crença na frase que transcrevi ali no início e no fato de que as crianças precisam de respeito e amparo, sempre.
Andréia é uma mulher admirável, que tenho a alegria de ter como amiga e que me ajudou incontáveis vezes com sua forma clara, objetiva, carinhosa e científica-intuitiva-afetuosa de se expressar.
Científica-intuitiva-afetuosa: essa é a minha aldeia.
Dra. Andreia Mortensen – uma cientista que virou mãe.
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Em meio ao meu doutorado decidir fazer um estágio no exterior para ganhar experiência, aprender outras técnicas, e viver a vida um pouco diferente, por que não? Pedi para uma professora super famosa na área de transportadores, e pensei que ela iria me ignorar, afinal de contas, quem é essa menina brasileira que nunca ouvi falar? Para minha surpresa fui aceita imediatamente, pois achou muito interessante que eu iria trazer um veneno de uma aranha do Cerrado sul-americano para caracterizar em seus modelos. Então consegui uma bolsa e em 2001 segui para esse trabalho (e uma aventura ao mesmo tempo) nos EUA, especificamente em Portland, OR, na costa oeste. Fui com uma mentalidade muito aberta, pois não daria para ser diferente, ao encontrar gente de várias nacionalidades, culturas, outra língua, tudo.
O resto da história vocês já sabem, voltei para os EUA, nos casamos no ano seguinte, e já fizemos nosso bebê, pois ambos nos sentíamos preparados e ansiosos para sermos pais.
e chegaram as redes sociais em português na minha vida.
scola (e um episódio de preconceito contra amamentação continuada que foi resolvido graças a uma conversa franca, com apresentação de evidências científicas e uma mente aberta!), e algumas inseguranças, mas fomos contornando o que vinha usando de empatia e respeito, que nos é tão importante na criação das crianças.