ofundamente nossos valores e nossas vidas? A morte de alguém muito amado. A notícia de uma doença grave. A cura dessa doença. Uma perda importante. E um nascimento.
Pessoas que se enquadram cegamente no coletivo fazem de si mesmas meros objetos materiais, anulando-se como sujeitos dotados de motivação própria. Inclui-se aí a postura de tratar os outros como massa amorfa. Uma democracia não deve apenas funcionar, mas sobretudo trabalhar o seu conceito, e para isso exige pessoas emancipadas. Só é possível imaginar a verdadeira democracia como uma sociedade de emancipados
ue entrou em minha vida apenas agora, com 36 anos, nas disciplinas de teoria crítica que cursei neste segundo doutorado e que tanta contribuição tem oferecido ao meu desenvolvimento pessoal e à criação de minha filha a primeira infância não é apenas um momento de passagem para a maturidade. Não. Adorno afirma que é neste período de tenra idade que o ser sofre grande pressão para a constituição de seu caráter.
No começo as pessoas deste tipo se tornam por assim dizer iguais a coisas. Em seguida, na medida em que o conseguem, tornam os outros iguais a coisas. (Adorno)
puro. A técnica invasiva ao procedimento integrativo. O complemento ao leite produzido pelo peito. Os objetos às ideias. O centro cirúrgico à sala de parto. A escola com ênfase no currículo à escola com ênfase no humano. A língua inglesa à educação emocional. O brinquedo com sirene aos pés de lata. A televisão ao ralado no joelho. A bala sabor melão-tangerina à ameixa apanhada do pé. O shopping ao parque. O remédio à participação ativa. A técnica de adestramento do sono ao colo-cantiga-embalo. O tomate que brilha ao tomate tortinho com pintinhas pretas. O tablet ao giz de cera. O embalador que balança automaticamente ao colo dançado. E tantos, tantos, tantos outros exemplos que passam batido por nós, no automático da vida, e que refletem o fetichismo da técnica expressão de Adorno.