Hoje é um dia especial! Nós fazemos 1 ano de namoro.
Sim, você leu certo. É 1 ano mesmo. Mas entendo sua surpresa…
Bom, até onde eu sei, 1 ano tem 12 meses. E você deve ter feito as contas, rapidamente: 9 meses de gravidez + 3 meses de vida extra-uterina de uma filha, também dá 12 meses.
Si, guapo, nós engravidamos aos 3 segundos do primeiro tempo, quase nem esperamos o juiz apitar o início da partida.
E hoje, tuitando coisas como essa, descobri que tem um monte de amigos que não sabiam da história exatamente, e muitos me pediram pra contar aqui no blog. Então hoje eu vou contar como é que foi tudo isso.
A história é longa, então vou resumir em Atos.

Ato 1: estava eu de perna quebrada sentada numa mesinha de um buteco, com amigos comuns a ele. Ele entrou, me olhou e se apaixonou. Isso é que é versão tendenciosa…. Que nada. Ele me viu e eu o vi. E nosso elo em comum era a Vanessa, minha amiga. Amiga dele.
Ato 2: Vanessa (que diz que já sabia no que aquilo ia dar…) dá um golpe em mim: me chama pra um café e eu vou. Quando vejo, não estamos num café, estamos numa agência de comunicação. Onde ele trabalha. Isso era maio, mais ou menos, de 2009.
Ato 3: Começa aquele lance de “você tem msn?”, e troca msn, troca blogs, troca tudo. E começam as conversinhas esquisitinhas pelo msn. Pra cima de mim, negão? Nãnãnãnãnão.
Ato 4: Na época eu era uma garota solteira que morava sozinha, era totalmente independente, mas andava bem confusa. Repeli a tentativa de aproximação dele.
Ato 5: Os Demônios da Garoa vieram a Floripa e eu, boa paulistana que sou, fui lá cantar o Trem das Onze. E acabei pegando foi o trem errado, porque exagerei na cerveja, encontrei com ele depois, mas não estava em condições, digamos, de ser boa companhia pra ninguém. Tomei um tombo na calçada, ele me ajudou suuuper solícito – diz que sem segundas intenções, rá! pra cima de mim travêis… – mas eu corri com ele. Ele ficou puto e foi embora jurando nunca mais falar comigo (ele confessou isso, uma vez…). Isso era junho de 2009.
Ato 6: O nunca mais dele durou só uns dias…
Ato 7: Eu, Vanessa e Chico formávamos, na época, um trio inseparável de amigos unidos por estarmos vivendo coisas parecidas. Organizamos uma festa julina bem bacana num sítio e chamamos um monte de amigos. Ele foi. Mas o vinho de boa qualidade foi preterido pelo vinho quente que rolava e ele, numa atitude muito altruísta, se voluntariou a beber aqueles vinhos bons. Vez dele agora: se passou. Eu fiquei puta e jurei que nunca mais falava com ele. Isso era julho de 2009.
Ato 8: O meu nunca mais durou um pouquinho mais, 2 meses. Embora perguntasse dele com frequência para nossa amiga Vanessa, não falava mais com ele mesmo. Até o dia em que o encontrei numa balada, agarrando uma moça. Fiquei puta. Despeito, puro despeito… Quase comi meu cotovelo até chegar à mão.
Ato 9: Aquilo ficou na minha cabeça e aí acabou o meu “nunca mais”. Três dias depois, voltamos a nos falar.
Ele me convidou para um café, eu num puta estresse de final de doutorado, aceitei o café, do café emendamos na janta, da janta emendamos na balada – um inferninho que a gente frequentava direto – na balada, emendamos um no outro e… parou por aí, que eu sou moça de família.
Ato 10: O hómi ficou confuso e me deu uns perdidos… Dizia que sabia que comigo a coisa seria séria e que estava fugindo de mim. Cá pra nóis: pura desculpinha! Tava era me dando o troco do perdido que eu dei nele lá no Ato 5, após o show dos Demônios da Garoa.
Ato 11: Ele me aprontou uma que prefiro nem comentar… Aqui em casa esse assunto é proibido, e uma faca fica ali bem à minha mão para o caso de recidivas.
Ato 12: Eu naquele puta estresse de fim de doutorado, ele quis dar uma de me acalmar e no dia 20 de outubro de 2009 a gente começou a namorar.
Ato 13: Defendi minha tese de doutorado no dia 23 de outubro de 2009. Depois da defesa, rolou uma festa. Depois da festa, rolou outra. E aí… aí vem aquela historinha… que termina com uma tal de cegonha com um bebê no bico.
A gente se apaixonou de tal forma que, 1 mês depois, decidimos morar juntos. Eu nem sabia que estava grávida… E uma semana depois de termos alugado a casa de onde estamos saindo semana que vem, eu soube que estava grávida.
Bom, eu já tinha descoberto que aquele episódio do Ato 8, dele agarrando a moça, era pura encenação. Ele me viu e pediu para uma amiga dele dar uma agarradinha pra me fazer ciúmes. E eu acrediteeeeeeeeei! Tudo bem. Pra ver como é a vida, ela se tornou madrinha da Clara. E a Vanessa é nossa “madrinha de casamento”, no casamento mais forte que temos que foi a vida quem celebrou.

Nossa história de namoro, portanto, se confunde com a luta de 1 ano inteiro… Com muitos problemas que tivemos que vencer, muitos, vocês nem imaginam quais e quantos. E estamos vencendo ainda. Esse é o último mês dessa batalha intergaláctica (pelo menos, a gente espera que seja). Mas se confunde também com a história mais linda da minha vida, que tem seu ponto alto no nascimento da minha filha Clara, com ele do meu lado durante as 29 horas de trabalho de parto que passei.
Muitos momentos românticos que as pessoas normais vivem durante o primeiro ano de namoro foram substituídas por enjôos gravídicos, por falta de grana de uma vida em família que estava começando, por fraldinhas para trocar e por noites embalando bebê. Não, isso não é fácil. Mas isso não é ruim. E, na boa? Não é pra todo mundo.
É pra gente intensa.
É pra gente forte.

Hoje estamos aqui. Juntos, firmes e fortes.
E semana que vem a gente se muda para um lugar muito especial. Eu morei nesse lugar de julho a outubro de 2008. Ele morou de julho a outubro de 2009. Nunca havíamos nos encontrado lá. Vai ver que era porque a Clara ainda não estava pronta para chegar…
Isso é que é um time que joga bem (como disse uma amiga hoje): marcamos gol aos 3 segundos do primeiro tempo. Foi imprevisto, foi no susto, foi de sopetão. Mas vendo a Clara dormir ali na frente e ele trabalhando aqui do lado, sei que foi tudo certo.
Como ele disse pra mim, num dos xavequinhos que me passou quando a gente se conheceu:

TUDO QUE ACONTECE É BOM.

Esse texto é especialmente dedicado a Frank Maia, meu marido, a quem sempre vou chamar de “namorado” porque no meio dessa palavra tem “amor” escrito.
A foto lá de cima, foi a primeira foto que tiramos juntos. Quando eu ainda resistia à jinga do negão…

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